Futebol

Propostas para transmissão do Brasileiro podem ir a 600 milhões

A última notícia da noite desta terça-feira foi ruim para a União dos Grandes Clubes Brasileiros. O Flamengo avisou que não comparecerá à reunião da manhã desta quarta-feira, em São Paulo. Em outras palavras, a presidenta Patrícia Amorim parece ter sucumbido ao presente oferecido pela CBF o reconhecimento do título brasileiro de 1987 e está propensa a fazer o que Ricardo Teixeira quer: romper com o Clube dos 13 e não negociar os direitos de televisão com a entidade.

Isso significa por um lado uma dificuldade maior para negociar o acordo com as emissoras de TV. Por outro, pode significar problemas também para o Flamengo.

Isso porque o dia terminou com a certeza do Clube dos 13 de que o contrato de TV aberta subirá dos R$ 250 milhões atuais para R$ 600 milhões.

A certeza vem de um detalhe. O Clube dos 13 garantiu à TV Globo que ela ficará com os direitos de TV aberta se pagar 90% do que qualquer outra emissora se disponha a fazer. Em outras palavras, se a Record oferecer 10, a Globo será considerada vencedora oferecendo 9. É um benefício concedido à emissora que exibe o futebol brasileiro há 26 anos.

O reflexo da TV Record ao saber dessa condição foi fugir da concorrência. Em seguida, mudou de opinião e avisou que está dentro da disputa. Como o lance mínimo para ganhar os direitos é de R$ 500 milhões e a Record já sabe que precisa pagar 11% a mais do que a Globo, está claro que o mínimo oferecido pela Record será R$ 600 milhões. Oferecer esse valor ou mais é sua única chance de vencer a concorrência com a Globo.

Nesse cenário, Corinthians e Flamengo teriam dificuldade para conseguir remuneração melhor, ainda que estejam, neste momento, dispostos a romper com o Clube dos 13. O Corinthians recebe hoje R$ 43 milhões somando os direitos de TV aberta e de TV fechada. Se o novo acordo tiver a remuneração de R$ 600 milhões, seja da Record ou da Globo, o Corinthians passará a receber R$ 50 milhões apenas do contrato de TV aberta. Restará ainda negociar os contratos de TV fechada, internet e telefonia celular.

Clubes como Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio, Atlético-MG e Internacional, remunerados na faixa de R$ 23 milhões hoje somando todas as plataformas pulariam para R$ 36 milhões apenas pela remuneração da TV aberta. Isso, claro, desde que a Record se mantenha na concorrência, cenário garantido na noite de terça-feira. E tentando ganhar da Globo, ou seja, oferecendo pelo menos 11% a mais do que qualquer oferta global o lance mínimo é de 500 milhões.

A impressão do final da noite é de que sair da negociação coletiva, cenário de Flamengo e Corinthians, não será bom negócio para nenhum clube. O Flamengo não estará presente à reunião de quarta-feira em São Paulo. O Corinthians anunciou sua intenção de deixar o Clube dos 13, mas terá representante na reunião. OU pelo menos, não informou o contrário.

Fonte: ESPN Brasil