Projeto de criação da nova liga segue sendo organizado
Com a promessa de substituir as séries A e B do Campeonato Brasileiro, a Liga de Clubes parece ter esfriado. Mas essa sensação, segundo os envolvidos na criação dela, é proposital. Após crise na CBF e desentendimentos entre os presidentes de clubes, os cabeças do plano preferiram sair dos holofotes e agir nos bastidores. A Liga já está com toda a estrutura organizada, aguardando o aval dos cartolas.
O grupo organizado para a criação das regras estatutárias já finalizou o trabalho. A proposta que será levada aos dirigentes é a de que seja criada uma associação, com possibilidade de virar empresa posteriormente. De acordo com fontes ouvidas pelo GLOBO, algumas questões envolvendo os estatutos dos clubes impedem que uma empresa seja fundada logo de partida.
A sugestão é que um CEO faça a gestão da associação com o auxílio de diretores que controlarão áreas específicas como marketing, jurídico, comunicação, etc. Outro ponto é que esses profissionais sejam do mercado e que não tenham ligação com os clubes. A exigência é para evitar brigas por poder que podem colocar o projeto em risco.
Brigas internas
E brigas já aconteceram. Tanto que as reuniões mensais, por enquanto, estão suspensas. A última terminou em confusão. Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, e Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico Paranaense, discutiram em uma reunião virtual.
O desentendimento aconteceu após Bellitani afirmar que duas das quatro empresas ouvidas na primeira reunião do grupo, onde expuseram sugestões sobre como deveria ser organizada a liga, foram indicações do dirigente paraense. Petraglia respondeu subindo o tom e ameaçando agredir o presidente do Bahia. Até hoje, eles seguem sem conversar.
Por ora, a regra é baixar a bola e tentar unir os presidentes dissidentes entre os 40 clubes das séries A e B, que são Petraglia e Mario Bittencourt, do Fluminense. Há assuntos a serem discutidos que ainda podem resultar em mais desentendimentos, já que envolvem recursos. Os dirigentes vão precisar se alinhar sobre divisão de direitos, sobretudo os de TV.
O temor é que haja uma desmobilização dos presidentes.
Crise na CBF
A crise desencadeada por Rogério Caboclo na CBF e as mudanças na presidência da confederação não estão sendo levadas em conta, neste momento, para que a Liga de Clubes siga tomando suas decisões. A sucessão de acontecimentos é vista como uma oportunidade, mas não como algo determinante.
Os dirigentes querem mostrar que são mais organizados e competentes. No entanto, também não sabem o que vai acontecer na CBF. E temem que o que for negociado hoje possa ser desfeito amanhã.
Os dirigentes pretendem fazer alguns anúncios nos próximos dias. Eles estão à espera da recuperação do presidente do São Paulo, Júlio Caseres, que ficou um mês internado com Covid-19.
Fonte: - O Globo OnlineMais lidas
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