Pró-Vasco e Casaca lançam nota sobre o momento atual do Vasco
NOTA OFICIAL GRUPO PRÓ-VASCO
DATA: 10 DE MAIO DE 2024
TÍTULO: O VASCO TEM QUE DAR CERTO, PARA O BEM DO FUTEBOL MUNDIAL!!!!
A última vez que o Vasco teve um mínimo de união política foi na década de 1980, isso mesmo, mais de 40 anos atrás. Todas as gestões que conduziram o Vasco foram compostas em sua maioria por sócios bem-intencionados, bem-preparados e exitosos em suas trajetórias de vida pessoal e profissional.
Faz tempo que o Vasco é um dos maiores símbolos de ‘confusões’ e ‘desalinhamentos’ do Brasil. A profissionalização avançou fortemente e diversos clubes do Brasil conseguiram avançar. Alguns, até depois de alguns avanços, retroagiram pois não eram sustentáveis os modelos de gestão onde dirigentes se perpetuavam ou se alternavam no poder. As categorias da base continuavam amadoras, mesmo com mais organização. As prestações de contas raramente eram aprovadas com ressalvas e, se fosse o caso, com poucos ajustes tudo se organizava sem maiores transformações associadas às melhores práticas de governança.
Recentemente no Vasco, mais especificamente na gestão passada (Triênio 2021-2023), a venda do futebol no modelo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi tratada como uma tábua de salvação. Diante do caos do não acesso na série B, seguido do acesso na bacia das almas no segundo ano da gestão, o sócio foi ‘convencido’ que o processo de condução da venda dos direitos era perfeito. Isso mesmo, tudo foi comunicado como perfeito, irretocável, não há outros rótulos. O grupo Pró-Vasco pediu reiteradamente que os sócios proprietários tivessem acesso ao modelo do contrato em uma sala-cofre que fosse, com a diretoria administrativa acompanhando cada sugestão dos sócios proprietários. Pediu também que consultorias externas (pelo menos 2) pudessem auditar o modelo quando estivesse maduro. Isso nunca foi feito. Os precários cuidados que foram tomados eram vistos com obrigações indesejadas a partir de pressões externas à gestão que ameaçassem de alguma maneira o rito desejado.
Já estavam disponíveis experiências internacionais, e pasmem, nacionais bem-sucedidas. Ao que parece nenhuma delas foi nem superficialmente analisada. A soberba ganhou força, ecoava em São Januário frases como “o modelo de contrato de venda é irretocável”, “nada mais perfeito do que o que está sendo feito por nós no Vasco”, “não abriremos o conteúdo para os sócios-proprietários por questão de confidencialidade”, entre outras falácias perigosíssimas que atormentam todos que amam o Vasco até hoje, sem horizonte para essa tormenta passar.
A ideia de ter o Vasco associativo majoritário (muito trabalhosa, mas possível apesar do atraso do Vasco em tratamento da situação econômica), foi desconsiderada ao longo do primeiro ano da gestão. Em entrevistas da alta administração afirmou-se que havia dezenas de interessados (afirmou-se que havia quase 70 interessados, número que nunca foi atestado).
Nem olhar para o que as gestões do Flamengo fizeram nos últimos 10 anos foi feito. Afinal de contas, olhar para que não é mesmo? O modelo que o Botafogo, Fortaleza ou Athético estavam fazendo não estavam à altura do Vasco (hoje o Athético tem de lucro maior do que o Vasco tem de receita, o que ilustra muito bem esse artigo). Mais soberba exalava pela Colina Histórica. Na prática a gestão passada promoveu pouco em termos de profissionalização, mas sem lastro sustentável de aumento de receitas em patamares bem superiores ao das despesas (notem que nem o termo ‘redução de despesas’ utilizaremos).
O resgate dos quase 200.000 sócios atingidos na campanha black friday anos atrás (apesar do ticket médio ser muito baixo) não foi perseguido. Os departamentos batiam cabeça em suas responsabilidades para esse assunto e muitos outros que precisavam de decisões objetivas.
Mas vamos mudar o rumo dessa conversa para falarmos um pouco da atual gestão (2024-2026). Nosso presidente Pedrinho tem sido ponderado, educado e muito correto mesmo em se tratando de assuntos bem espinhosos. Não deixou de ser firme em suas posições. ‘Chacoalhou’ até aqui o que poderia, coisa que a gestão passada não fez, pois, repetindo, sempre achou que toda a condução do processo da SAF era o que existia de mais perfeito no planeta. Em nossa opinião essa ‘chacoalhada’ deveria ter começado na transição, mas reconhecemos que não era de fácil leitura. Soma-se a esse fato que muitos da gestão passada continuaram na atual gestão sem qualquer indicação de ruptura parcial que seja. Em outro ponto relevante mais recente, o atraso na publicação do balanço pela atual gestão foi uma medida necessária para que a transparência e coerência nos números seja efetivamente uma realidade publicada. Os números da SAF do Vasco que foram apresentados em 2023 muito mais que preocupam, assim como inúmeras notícias internacionais que envolvem a empresa controladora da SAF do Vasco.
Por amor e tudo mais que pulsa no coração de cada Vascaíno espalhado pelo planeta, nossa torcida continua sendo um pilar invejado e indestrutível. Entrega o que tem e o que não tem, devolvendo de maneira espetacular o pouco que recebe.
A receita dos rivais que mudaram seus cenários foi difícil de ser feita, mas não complicada de ser entendida. Suas bases foram: (i) executivos extremamente qualificados, agressivos e firme em termos dos objetivos e metas necessárias; (ii) combate sem tréguas às práticas financeiras problemáticas que existiam há anos no clube; (iii) foco na geração de caixa com ataque às principais frentes que eram mal exploradas ou afetadas por práticas inadequadas; (iv) visão de médio prazo (5 anos) com medições trimestrais rígidas mapeando indicadores críticos estipulados e medindo todos os resultados disponíveis, com revisão de todas as previsões do curto para o longo prazo; (v) ataque frontal ao indicador da relação dívida/receita; (vi) Austeridade econômico-fiscal atrelado à evolução do futebol com competitividade crescente.
É importante compreender que os seis pontos-chave acima desdobram-se em dezenas de subpontos que os sustentam, muitas vezes invisíveis para muita gente até mesmo em outros departamentos da própria gestão, mas criar um ciclo virtuoso é assim mesmo, o acerto provoca o surgimento de ondas de energia positiva que permeiam o clube como um todo. A maioria não enxerga, mas sente que coisas boas acontecem todos os dias. O Vasco não conseguiu isso de maneira integrada, conseguiu lampejos em todas as gestões, mas esses lampejos são insuficientes no futebol atual.
Nós do Grupo Pró-Vasco entendemos até aqui que o presidente Pedrinho se esforça muito, mesmo tendo que conter suas palavras, declarações e emoções. Percebemos mais competência nessa gestão e mais integração do que em gestões anteriores, apesar da demora em perceber que as coisas mais relevantes desejadas pelo núcleo dessa gestão, não estava nem de perto tão alinhado assim com o que o núcleo da gestão anterior afirmava ser perfeito. Isso custou uma aceleração na transição e boa parte do tempo inicial da gestão. Mas novamente, era de leitura não muito fácil principalmente para pessoas bem-intencionadas (lembrando que sempre há bem-intencionados em todas as gestões do Vasco).
Finalmente, encerramos essa nota afirmando que falta uma espécie de painel de controle fidedigno no futebol do Vasco principalmente. Não é necessário fazer parte da SAF para ver isso. Além disso, a lentidão ou excesso de cautela não se transforma em maior assertividade quando das tomadas de decisão. É consenso no mercado brasileiro que a SAF é lenta e toma decisões que resolvem muito pouco dos problemas centrais do Vasco. O principal acionista da SAF do Vasco tem recorrência de notícias negativas em diversos investimentos similares no planeta. Então as perguntas que fica para os decisores da gestão passada (2021-2023) é: (i) onde está a perfeição do processo de escolha da SAF? (ii) todas as instituições e pessoas envolvidas nesse processo foram bradadas como as melhores do mercado, onde estão há tempos? receberam suas comissões e pronto? tá tudo certo?
O grupo Pró-Vasco tem certeza somente de uma coisa: O Vasco tem que dar certo, para o bem do futebol mundial!!!!
NOTA DO GRUPO CASACA
Aos vascaínos,
Nosso posicionamento desde 2021 foi contrário a que o Vasco fosse gerido por terceiros, uma vez que diferentemente daquilo por muitos vendido há sim condições de o clube ser gerido por aqueles que se candidatam para isso e são escolhidos pelo quadro social, exatamente por isso.
Em 2022 a direção do clube à época percorreu um caminho às cegas, vendendo informações distorcidas ao público, desesperando os torcedores com a manutenção do clube na Série B, afirmando seus dirigentes à época que (com eles lá) não viam qualquer perspectiva de resolução não fosse a criação de uma SAF.
A partir da criação da SAF o que não se debateu foi quem controlaria o futebol do Vasco. O próprio clube ou terceiros? Foi compelido aos vascaínos, num contrato obscuro quanto ao seu teor, decidir por sim ou não, pressionados pelo “sim”, induzidos ao “sim”, quase que chantageados pelo “sim”.
Os quase mil associados contrários ao que se pretendia fazer estavam cobertos de razão, mas a razão de todos eles não estava alicerçada em mero achismo. Muitas e muitas horas de elucidação ao público, de enfrentamento a retóricas vazias, mas fundamentalmente baseados no bom senso. O mesmo bom senso faz com que oito dos grandes clubes brasileiros estejam esperando o momento certo para se tornar SAF (ou vender percentual de ações a terceiros uma vez adotando tal modelo), aguardando que surjam no mercado candidatos a parceiros e não a donos, pois sabem, como a coletividade vascaína sabe em relação ao seu clube, a grandeza que possuem. São clubes menores que o Vasco, muito mais endividados que o Vasco, imersos em brigas políticas das mais ferrenhas, mas com uma visão em comum: a soberania deles enquanto instituição.
Há mais de 100 anos brigas que começavam nos conselhos e se expandiam à mídia eram assunto quando se falava em Vasco. Um grupo exigia que o candidato à presidência do clube fosse português, outro lado entendia que deveria ser um brasileiro, mas quando o Vasco era alvo de terceiros os dois grupos se uniam em prol do clube e daquilo que institucionalmente deveria ser protegido.
O Vasco, como instituição, não pode se proteger sozinho. É necessário para isso que haja a ação de quem o representa naquele momento, de seu quadro social, de sua torcida.
O discurso vendido nos últimos anos, como o de solução, desprotege o Vasco, avilta o Vasco e, por consequência, seus torcedores, independentemente se possuem cargos, título de sócios ou apenas uma camisa do Vasco que os identifique como torcedores.
Mais uma vez nosso papel é exemplar. Ao invés de nos focarmos em discussões menores, temos nos posicionado em favor daquilo que a direção procura passar ao público, quanto à necessidade de que o Vasco saia dessa furada na qual se meteu.
Não sabemos se o Vasco, como clube, terá a oportunidade de recuperar sua soberania, sua autonomia, como acionista majoritário de uma empresa que tem nele, na sua marca, no seu histórico e em seus torcedores um norte. Mas sabemos que se a oportunidade for dada, seus gestores ou quetais devem, baseado em todos os discursos de amor e paixão ao clube proferidos por anos, décadas, não revendê-lo por 30 ou 60 dinheiros.
Casaca!
Fonte: Divulgação