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Prisão dos traficantes que torturaram Bernardo será solicitada

Quatro traficantes, entre eles o chefe do tráfico do Complexo da Maré “Menor P”, terão a prisão preventiva pedida por tortura ao jogador do Vasco Bernardo e a Dayana Rodrigues, namorada de Menor P, assim que todas as provas do caso sejam reunidas. A informação é do delegado da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, que confirmou o motivo das ameaças ao atleta: o líder da comunidade acreditava que estava sendo traído por ela com o atleta.

Os outros três bandidos foram identificados como Relâmpago, Zangado e TH. Eles serão indiciados pelos crimes de tortura, lesão corporal grave e cárcere privado, além do traficante Menor P.

Ainda segundo o investigador, o jogador do Vasco foi levado a um barraco, onde começaram as ameaças — Bernardo chegou a ser obrigado a ficar nu, segundo o inquérito. Poucos instantes depois, Dayana chegou e também foi intimidada, mas o delegado negou que ambos tenham desfilado nus pela favela.

A situação só se resolveu quando Menor P foi convencido de que, na hipótese do caso ser divulgado, a presença da polícia ali colocaria sua liderança em risco e ele optou por liberar o jogador.

Bernardo quer ‘história encerrada’

O jogador do Vasco Bernardo falou, em nota divulgada na terça-feira (30), sobre a investigação de tortura a ele a Dayana Rodrigues, namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o “Menor P”. O meia voltou a negar ter sofrido agressões físicas, agradeceu o apoio do clube e de torcedores, e disse considerar o “a história encerrada”.

“Após o depoimento oficialmente prestado ontem, quando pude relatar todo o realmente ocorrido, considero esta historia encerrada, permanecendo, claro, sempre à disposição da autoridade policial para prestar esclarecimentos adicionais que possam ser necessários a respeito do assunto”, disse o meia, que encerrou o texto com a frase “Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo, antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”. (Veja a íntegra da nota.)

A investigação começou após a Dayana dar entrada no Hospital Souza Aguiar, com ferimentos a bala, no dia 22. O delegado José Pedro Costa da Silva, responsável pelo caso, disse na sexta-feira (26) que no dia 21 o jogador e a mulher haviam sido flagrados juntos, sequestrados e torturados por traficantes sob o comando de Menor P, um dos foragidos mais procurados do Rio — com recompensa oferecida de R$ 2 mil pelo Disque Denúncia.

Nesta segunda, o jogador negou ao delegado a versão e disse que nem conhecia Dayana. Após ouvir o depoimento, José Pedro confirmou que Bernardo não foi torturado, ao contrário do que havia dito anteriormente. Segundo ele, apenas a mulher sofreu represálias física após o traficante desconfiar que ela teria um caso com o meia. Nesta versão, Bernardo teria sido abordado apenas verbalmente.

Depoimento

De acordo com um dos advogados que acompanhou o meia no depoimento, Elvis Paes, o fato de Bernardo e Dayana não se conhecerem foi comprovado na delegacia. Esta teria sido a única informação fornecida por eles que já não estava na investigação.

“Bernardo foi ouvido como vítima da conduta que foi atribuída ao Menor P e da agressão à Dayana. Todo o relato dos fatos já eram de conhecimento da polícia. O único ponto que a polícia ainda não tinha esclarecido era se ele conhecia a Dayana. Ele declarou e comprovou que jamais tinha visto ela”, explicou Elvis, em entrevista ao G1. “Niguém sabe de onde isso surgiu.”

O delegado adjunto Niandro Lima confirmou o que os advogados também já haviam dito, que não há sequelas físicas no corpo do atleta: “Não reparei em marcas de agressão”.

Tortura a Dayana

Dayana Rodrigues, segundo a polícia, seria “namorada número 1″ de Menor P. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, Daiane levou dois tiros, um no joelho direito e outro no pé esquerdo, foi submetida a duas cirurgias, e recebeu alta na manhã de quinta (25).

Fonte: Globo.com