Futebol

Presidente do Madureira não coloca obstáculos para permanência de Ygor

Apelidos pitorescos e cada vez mais raros no futebol atual. No padrão de vida, realidades ainda bem distantes do conforto da maioria dos companheiros de equipe. Assim são os atacantes Matheus Babi e Ygor Catatau, apostas de Botafogo e Vasco, respectivamente, que contrastam bastante com o perfil de contratações milionárias dos clubes da Série A nos últimos anos.

Babi, de 23 anos, chegou por empréstimo do Serra Macaense até o fim de 2021. O Alvinegro é seu primeiro clube de expressão na carreira. Nas divisões de base, passou pelo Grêmio, mas sua profissionalização só aconteceu mesmo no Macaé, equipe da cidade do interior do Rio de Janeiro onde é nascido e criado. Em 2019, também se destacou pelo América (RJ).

O apelido veio de seus amigos de bairro e é uma abreviação do personagem Babidi, do desenho animado japonês "Dragon Ball Z". De estilo extrovertido e carismático, já conquistou o renomado marfinense Salomon Kalou, com quem divide as dancinhas nas comemorações.

A sede por vitória na carreira e toda a novidade que ainda tenta se acostumar diante de holofotes jamais vistos é bem parecida com a de Ygor Catatau no Vasco. O atacante de 25 anos, que chegou a trabalhar como guardador de carros no bairro do Leblon (zona sul do Rio de Janeiro), também vive sua primeira oportunidade em um clube considerado grande.

Sua trajetória no futebol foi tardia, com um período curto de divisões de base. Na maior parte do tempo, esteve no Madureira, equipe do subúrbio do Rio de Janeiro que o emprestou ao Vasco até o fim do Campeonato Brasileiro. Também teve passagens por Barra da Tijuca-RJ e Boa Esporte.

O apelido veio a reboque de seu irmão mais velho, que já era chamado de Zé Colmeia no bairro da Abolição (zona norte do Rio).

Chances de serem adquiridos por Botafogo e Vasco

O bom início da dupla nos seus clubes conta pontos para a permanência em definitivo ao final de seus respectivos empréstimos.

Babi, que tem um contrato mais longo — até dezembro de 2021 —, já tem parte de seus direitos econômicos ligados ao Botafogo como "taxa de vitrine" cedida pelo Serra Macaense. Para o Alvinegro adquirir uma fatia ainda maior, foi combinado o pagamento de um valor ainda não revelado.

Já Catatau conta com a boa relação entre as diretorias de Madureira e Vasco. Presidente do Tricolor Suburbano, Elias Duba deu a entender que não colocará obstáculos para ceder o atacante se assim o Cruz-Maltino quiser.

"Nossa relação com o Vasco é diferente de outros clubes. Tenho uma relação muito boa, principalmente com o vice de futebol, José Luis Moreira. O Ygor é um garoto muito batalhador e que merece vencer na vida. Não vai ter problema", declarou Duba ao UOL Esporte.

Botafogo usa apelido, e Vasco evita

Diferentemente do Botafogo com Babi, o Vasco não utiliza oficialmente o apelido Catatau para se referir ao atacante, seja nas redes sociais, nas divulgações de escalações e na camisa de jogo.

Questionado sobre como preferia ser chamado após fazer seu primeiro gol com a camisa cruz-maltina na vitória por 3 a 2 no clássico como o Alvinegro, Ygor disse que tanto faz.

"Não ligo muito, pode me chamar de Ygor, Catatau... Catatau é meu apelido de infância. No futebol agora sou chamado de Ygor, mas não tem problema nenhum em me chamar de Catatau", disse à TV Globo.

Após trocarem camisas, voltam a se enfrentar

No último domingo, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, Matheus Babi e Ygor Catatau se enfrentaram e se destacaram. O alvinegro fez dois gols, e o vascaíno um, mas o atacante de São Januário venceu por 3 a 2. Ao final do clássico, trocaram camisas. Segundo o jornal O Globo, Catatau quis presentear seu pai, Jorge, que é torcedor botafoguense.

Amanhã (17), os jovens estarão frente a frente novamente, desta vez pelo jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil, no estádio Nilton Santos (RJ). Babi deve ser titular, e Catatau disputa vaga no ataque.

Fonte: UOL Esporte