Futebol

Preparador físico elogia os "super-heróis" da Colina

A partir das quartas de final da Copa Sul-Americana, contra o Universitario, o Vasco decidiu usar força máxima tanto nesta competição como também no Campeonato Brasileiro. A estratégia tem um ganho técnico, mas representa um risco grande envolvendo o desgaste dos jogadores. Prova disso foi que diante da Universidad de Chile, na última quarta-feira, não só o time caiu drasticamente de rendimento no segundo tempo como o apoiador Felipe ainda deixou o campo sentindo dores musculares. Tudo isso levou a um questionamento: o Vasco consegue suportar os próximos três jogos neste ritmo?

O preparador físico do clube, Rodrigo Poletto, acredita que sim. Segundo Poletto, não só ele como todos os membros da comissão técnica estavam cientes do risco que corriam ao adotar tal postura. No entanto, foi desenvolvido uma programação de trabalho que prioriza o descanso para amenizar o desgaste. Mas ele reconhece também que nada disso seria possível sem contar com o espírito de superação e a dedicação dos jogadores. Tanto é que Poletto os considera simplesmente super-heróis.

- Não é um trabalho comum, é um trabalho para super-heróis. E todos estão suportando bem. Eles estão se entregando muito. Não é fácil para um grupo aguentar 72 jogos em uma mesma temporada sendo que desses a maioria foram decisões, jogos com a carga emocional lá em cima. Agora, na reta final, estamos disputando duas competições com chances de nos tornarmos campeões. É um risco calculado, mas que no geral está dando certo - afirmou.

Poletto reconhece que o time caiu de produção no segundo tempo. No entanto, ele não acredita que este fato tenha relação direta com o cansaço ou o desgaste físico e emocional das últimas partidas.

- Cada jogo tem a sua circunstância. Em certos momentos, na pressão de uma partida, acaba ocorrendo uma mudança tática não esperada, um erro pode afetar o psicológico e por aí vai... Além disso, enfrentamos uma equipe altamente qualificada que também veio com muita vontade de vencer. Não é só cansaço - explicou Poletto, lembrando que o planejamento é ainda mais difícil de se fazer quando se leva em consideração as viagens que o time fez e ainda irá fazer.

- Não é fácil. Nas últimas semanas temos apenas feito trabalhos regenerativos porque não temos uma brecha sequer. Já estamos discutindo a viagem para o Chile na próxima semana. É um trecho longo de avião. Antes disso também temos um clássico importantíssimo diante do Fluminense. Tudo isso gera essa discussão. Mas foi o que eu falei. A resposta do grupo é maravilhosa. Tivemos pouquíssimas lesões se levarmos em consideração toda a maratona. O risco existe, mas optamos por ir com tudo nas duas competições - explicou.

Trabalho com veteranos é diferenciado

Juninho Pernambucano, 36 anos, e Felipe, 34 anos, estão entre os jogadores que estão disputando todos os jogos. Pela idade avançada, a dupla tem tido um tratamento diferenciado por parte da comissão técnica. Quando normalmente os jogadores recebem um dia de treino físico regenerativo após as partidas, Felipe e Juninho realizam dois dias de treinos leves e exercícios de reforço muscular. E mesmo assim o risco de dores ainda existe, como as que tiraram Felipe mais cedo do último jogo. Mas mesmo assim, Poletto acredita que eles estão prontos para aguentar a reta final.

- A gente leva em conta os fatores individuais de cada um na hora de definir e montar a programação de treinos. Alguns com mais idade demandam um cuidado maior e nós tomamos. Só que, como já falamos, existe a dose de risco. Mas se você me perguntar se eles estão prontos para aguentar os jogos eu digo que sim - finalizou.

Fonte: ge