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Pouca inspiração, buraco... Análise da derrota do Vasco para o Atlético-GO

As trocas, até então, não vinham sendo problema. Mudavam nomes, ficavam o esquema e a consistência. Assim vinha caminhando bem o Vasco no Brasileiro, mesmo sem Ramon Menezes ter conseguido, em oito jogos, repetir a escalação. A derrota por 2 a 1 para o Atlético-GO, no entanto, nesta quinta, em São Januário, evidenciou que há peças insubstituíveis. Ao menos no elenco vascaíno.

Martín Benítez certamente é uma delas. Poupado por conta da maratona de jogos, camisa 10 ficou fora pela primeira vez, e o Vasco teve sua pior atuação sob o comando de Ramon. Com o argentino em campo seria diferente? Impossível afirmar. Mas sua ausência resultou em escolhas que não deram certo e mudaram a forma de o time jogar.

Bruno César falhou como substituto de Benítez. Outro escolhido para começar, Carlinhos esteve perdido no lado direito. Difícil até apontar para qual função ele foi escalado.

Buraco na esquerda e pouca inspiração

Não deram certo as escolhas de Ramón na escalação inicial. Foi um primeiro tempo pobre na criação e também de sustos. Sem poder de fogo na frente, o Vasco deu brechas na defesa. Especialmente na esquerda, onde Janderson fez gato e sapato de Marcelo Alves em dois lances. Por ali o Atletico-GO chegava com facilidade e por pouco não marcou.

Com Henrique e Andrey reforçando a marcação pela esquerda, o Vasco conseguiu corrigir o buraco no setor. Ainda assim o Atlético-GO foi sempre mais perigoso. Fernando Miguel foi o melhor vascaíno em campo.

Com o meio de campo lento, pesado e pouco inspirado, a criação foi praticamente nula. Carlinhos, escalado na direita, parecia perdido, muito próximo a Pikachu. Substituto de Benitez, Bruno César foi mal. Ainda assim a melhor chance na primeira etapa saiu de um passe dele para Henrique, que chutou para defesa de Jean.

Gol de Cano não salva o Vasco

Ramon voltou com Bruno Gomes e Vinicius nos lugares de Carlinhos e Fellipe Bastos. Com dores, Andrey deu lugar a Marcos Junior aos 5 minutos. Os nomes poderiam sugerir mais velocidade e agressividade, mas na prática o que se viu foi um domínio ainda maior do Atletico-GO. Impressionou a dificuldade do Vasco de passar do meio de campo. Com erros de passes em excesso e a marcação forte da equipe goiana, o time era inofensivo e assistia ao Atlético-GO.

Mas quem tem Cano (outro insubstituível do elenco) tem muito. No primeiro bom ataque do Vasco no segundo tempo, a bola sobrou para o argentino e... 1 a 0 Vasco.

O placar era injusto, mas era de se imaginar que ficaria na medida. Como no jogo passado, diante do Athletico-PR, Ramon fecharia a casinha e apostaria em contra-ataques. Não deu nem tempo, entretanto, de ensaiar a retranca, uma vez que o time goiano empatou no minuto seguinte com Renato Kayzer.

O gol do centroavante revelado em São Januário expôs novos erros da defesa vascaína. Marcelo Alves, em noite muito ruim, não acompanhou Kayzer, que cabeceou sozinho.

A ducha de água fria esfriou qualquer tentativa de reação do Vasco, e o Atlético-GO, que já mandava no jogo, chegou à virada naturalmente, novamente com Kayzer, cabeceando livre entre os zagueiros vascaínos. Foi o golpe final em uma noite em que nada deu certo.

Fonte: ge