Por ora, volta de Anderson Martins está descartada
O zagueiro Anderson Martins retirou a ação judicial na qual cobrava verbas rescisórias não pagas pelo Vasco. A decisão, porém, está longe de isentar o clube de São Januário de quitar uma dívida com o jogador, que deixou a equipe no começo de 2018.
A decisão dele ocorreu por um motivo simples: obteve sentença favorável na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), na qual processou o Vasco pelo mesmo motivo. Na sentença datada de 29 de maio, o órgão que arbitra conflitos entre agentes do futebol brasileiro determinou o pagamento de R$ 906 mil.
Passados três meses, o Vasco ainda não quitou o que deve. Porém, há um acordo em vias de ser celebrado entre as partes para tal. Foi isso que motivou Anderson Martins a retirar a ação na Justiça e todo esse contexto, embora especulações, não indica chance de retorno dele à Colina. Por ora, a possibilidade está descartada.
A ação na Justiça e o requerimento na CNRD
Anderson Martins entrou na Justiça em 19 de dezembro de 2019 cobrando R$ 620,5 mil de verbas rescisórias e multas pelo fato de o Vasco não ter cumprido o acordo de rescisão contratual. A reclamatória foi distribuída para a 31ª Vara do Trabalho do Rio.
Antes, porém, em 4 de maio de 2018, o zagueiro ingressou com requerimento na CNRD. Pedia o mesmo. A dupla cobrança foi explicada por André Ribeiro, advogado do jogador:
- O motivo foi o mesmo: falta de pagamento. Fizemos isso para evitar alegação de eventual prescrição, afinal, decorridos dois anos da rescisão do contrato, o atleta não mais poderia ajuizar reclamação trabalhista.
Na sentença, a CNRD lembrou que o Vasco foi regularmente citado, constituiu advogados, discutiu com a entidade os termos do caso e... não apresentou resposta ao longo do processo. Por isso, foi declarado revel. Não houve punição esportiva, o que poderia ocorrer, como no caso Jorge Henrique, no começo do ano, quando houve a proibição de registro de novos atletas na CBF.
A desistência da ação judicial
O processo teve o trâmite normal na Justiça. Audiência de conciliação não foi realizada por conta da pandemia do novo coronavírus e, ao apresentar a sua defesa, o Vasco informou ao juízo que Anderson Martins tinha a mesma cobrança na CNRD. Aliás, o acusou de má fé em peça assinada pelo advogado Paulo Reis.
Em 24 de agosto de 2020, o advogado do zagueiro protocolou o pedido de desistência da ação -esta informação foi publicada inicialmente pelo site Esporte News Mundo. E pediu que o Vasco arcasse com as custas do processo. Um dia depois, o Vasco se manifestou concordando com a desistência, porém, solicitou a isenção das custas. A magistrada Cristina Almeida de Oliveira ainda não se manifestou, mas deve homologar a desistência.
No começo de agosto, Anderson Martins deixou o São Paulo. O zagueiro e o clube acertaram a rescisão do contrato, que ia até dezembro.
Fonte: ge