Polícia identifica e prende participantes de briga de torcidas no Rio
Cerca de três semans após a morte de um torcedor flamenguista em conflito de facções organizadas no centro do Rio, a polícia começou a prender os participantes da briga que terminou em tragédia. Imagens captadas por câmeras de segurança possibilitaram a identificação dos criminosos, que foram presos na última quinta-feira. Um deles ainda está foragido.
As cenas foram exibidas neste domingo no Fantástico, da TV Globo, e serão usadas como provas contra os agressores. De acordo com a polícia, os vândalos agora usam a estratégia de marcar as brigas longe dos estádios, para escapar da vigilância policial. O encontro de torcidas que resultou na morte de Germano Soares da Silva (*), dia 16 de novembro, ocorreu na Praça Quinze, a cerca de dez quilômetros do Maracanã.
- Duas pessoas querem se matar. Como encontrar uma solução para que eles não se matem? Então esse é o novo desafio - afirmou o major Marcelo Pessoa, comandante do batalhão de policiamento de estádios, em entrevista ao Fantástico.
Segundo a investigação, naquele dia duas facções organizadas, do Vasco e do Botafogo, se uniram para enfrentar torcedores do Flamengo que estavam se dirigindo a Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara, para assistir a uma partida de basquete entre Fla e Vasco. A emboscada foi armada ainda no Rio de Janeiro, no caminho para a estação das barcas. Por volta das 16h, os flamenguistas foram atacados pelos torcedores de Vasco e Botafogo, armados de paus, pedras e barras de ferro.
Em menor número, a torcida do Flamengo tentou fugir, mas nem todos conseguiram. Uma câmera flagrou o espancamento que causou a morte de Germano, cercado atrás de um táxi. Após o massacre, um torcedor vascaíno, identificado pela polícia como Rafael da Silva Rodrigues, levou do local a camisa do flamenguista morto.
Como alguns torcedores aparentemente eram menores de 18 anos, a investigação foi feita pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Após três semanas, polícias começaram a cumprir os 30 mandados de prisão dos maiores de idade identificados nas imagens. Quinta-feira, 29 prisões foram feitas em prédios de classe média e residências de luxo no Rio, de torcedores do Vasco e do Botafogo - dez eram menores e foram separados dos demais na delegacia. Pelo menos seis deles, todos maiores de idade, serão acusados pelo assassinato de Germano.
Surpreendidos em casa, alguns acusados tentaram negar participação na briga mas foram desmentidos pelos flagrantes feitos pelas câmeras de segurança. Alguns pais também se assustaram ao saber que os filhos estavam sendo acusados de formação de quadrilha, agressão e em certos casos até de assassinato.
- É possível identificar aqueles que exerciam lideranças, aqueles que estavam armados, aqueles que exerciam domínio sobre os demais, alguns chutando, outros correndo com a camisa do Germano - declarou ao Fantástico o delegado Deoclécio de Assis Filho.
A polícia agora tenta prender um homem que aparece em várias imagens como um dos chefes das gangs. Segundo os policiais, ele é Leandro Scorza, lutador de artes marciais. No flagrante do espancamento do torcedor que morreu, ele também aparece, atrás do táxi, participando do crime. A polícia pede a quem tiver informações sobre Leandro Scorza que ligue para o telefone 0xx21-2253-1177, do Disque-Denúncia do Rio.
Nota do SuperVasco.com: Germano Soares de Souza, de 44 anos, tinha em seu \"currículo\" a morte do botafoguense Rafik Tavares Cântio, assassinado a golpes de foice, em briga de facções. O caso foi arquivado.