"Polêmica" com Edmundo mostra necessidade de diretoria remunerada
O barulho que Edmundo fez na praia no sábado, ao afirmar em entrevista à Rede Record que ultimamente vinha sendo tratado como qualquer um em São Januário, provocou uma reação inesperada no Vasco.
Além de ter reclamado do presidente Roberto Dinamite, Edmundo acenou com o desejo de voltar a jogar no clube.
Politicamente, Dinamite ontem admitiu conversar com o atacante sobre a possibilidade de sua volta. Mas sua atitude acendeu um forte sinal de alerta na diretoria vascaína.
A cúpula do Vasco concluiu que, mais do que nunca, é preciso acelerar a contratação de um diretor remunerado para tocar o futebol em moldes profissionais. Para que a diretoria não enfrente situações constrangedoras como a criada por Edmundo. Defensor da profissionalização imediata, José Hamilton Mandarino, vice administrativo e homem-forte do futebol, não tem dúvida: Roberto tem um coração generoso. Por isso temos de contratar com urgência um profissional para cuidar desses assuntos. A cúpula do clube tem que agir na exceção, não na regra. Esse modelo de futebol vitorioso dá certo em clubes estruturados e nos outros, que vêm se arrastando, os resultados estão aí. Eu não posso cuidar das finanças e do futebol do Vasco, da minha empresa, da minha família ao mesmo tempo. Algo vai sair prejudicado. Não dá certo.
Apoiado por cardeais como José Carlos Osório, Olavo Monteiro de Carvalho & Cia., Mandarino deixa claro que a idéia de ressuscitar a carreira de Edmundo, que para todos em São Januário parecia sepultada, dificilmente seria aceita. O assunto é tratado meio como tabu, mas a imagem de Edmundo para a atual diretoria é de um profissional inacessível, instável, amargurado e aposentado.