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Poder pede esclarecimentos no Vasco; cinco pontos são levantados

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O presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, João Riche, enviou ofício nessa sexta-feira ao presidente da Assembleia Geral, Alan Belaciano. No documento, ele anexa a carta de 75 associados do clube que questionavam os critérios do acordo para pagamento de dívidas trabalhistas.

São cinco os esclarecimentos pedidos na carta - publicada nessa sexta pelo jornalista Lucas Pedrosa - e reproduzidos pelo presidente do Conselho Deliberativo do Vasco. João Riche solicita os esclarecimentos no prazo de 15 dias.

Leia quais são os cinco pontos levantados:

  • Esclarecimento formal sobre as circunstâncias da mencionada participação do presidente da Assembleia Geral em audiências judiciais como representante de credores do CRVG, descrevendo a natureza das representações e eventuais impactos ao clube
  • Esclarecimento formal sobre a indicação do presidente da Assembleia Geral para atuar como representante do CRVG na renegociação com credores trabalhistas a despeito do clube associativo e da Vasco sAF terem representantes jurídicos constituídos (vide o VP Jurídico e diretoria jurídica da Vasco SAF) e contratem firmas terceirizadas com dispêndio de recursos financeiros para desempenharem tal atribuição
  • Esclarecimento formal sobre eventual manifestação do setor de conformidade do CRVG a respeito da atuação do e de possíveis credores, conforme recomendam as boas práticas de governança
  • Esclarecimento formal sobre as razões para a formalização de um acordo com os credores trabalhistas em condições inferiores às praticas no mercado e para a adoção de critérios diferentes em relação aos credores cíveis
  • Submissão dos planos de pagamentos eventualmente celebrados com credores à aprovação do Conselho Deliberativo, vez que os efeitos financeiros se prolongam no tempo e não se limitam à gestão atual.

O movimento começou a partir do levantamento do engenheiro José Américo, que comparou os planos de pagamentos de dívidas trabalhistas do Vasco com o de outros clubes. Segundo os cálculos e com o parâmetro do praticado em processos semelhantes de recuperação judicial, sem descontos para acordos com credores que têm saldo até 150 salários mínimos (em torno de R$ 211 mil) e com desconto de 75% para saldos acima destes valores, o Vasco economizaria R$ 144 milhões.

No plano apresentado pelo Vasco, o clube calculava economia de R$ 100 milhões pelo limite de pagamento de R$ 5 milhões aos credores. Entenda aqui.

O levantamento também apontou a participação do atual presidente da Assembleia Geral, Alan Belaciano, em 80% das audiências de processos trabalhistas de ex-clientes - conforme consulta às informações no site do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro.

O ge mostrou no dia 10 de janeiro o plano do Vasco para pagamento de dívidas trabalhistas, com acordo da comissão de credores. O plano não prevê deságio para a maioria dos credores, mas pagamento com limite de até R$ 5 milhões, destinação de 6% de receitas extraordinárias - como venda de jogador - para quitação destas dívidas. Tudo isso ao longo de 10 anos. O clube aguarda a homologação do acordo no TRT.

A reportagem procurou o Vasco e também o presidente da Assembleia Geral, Alan Belaciano, para pedir respostas sobre a participação de Alan nas audiências trabalhistasas e a respeito do levantamento de José Américo. Não houve respostas até esta publicação.

Internamente, o clube vê movimento de bastidor político de grupo opositor - com poucos conselheiros na assinatura do documento no pedido original de explicações, por exemplo.

O ofício foi enviado em cópia também para o presidente Pedrinho, os presidentes de conselhos Luis Manoel Rebelo Fernandes (Beneméritos), João Marcos Amorim (Conselho Fiscal) e os vice-presidentes Felipe Carregal Sztajnbok (vice-presidente jurídico) e a Manoel Cordeiro Silva Filho (presidente do Conselho de Governança, Integridade e Compliance).

 

Fonte: ge