Pesquisa aponta consumo de álcool como prejudicial ao atleta
Os atletas profissionais estão muito mais perto das drogas sociais do que se imagina. A vida social ativa e a grande exposição os deixa sob o risco de uso de álcool, maconha e cocaína, por exemplo. Nos Estados Unidos, o pesquisar John Underwwod descobriu que o estilo de vida de um atleta de rendimento pode dar a ele uma vantagem de 5% a 6%. Ao mesmo tempo, o consumo de álcool pode reduzir o desempenho, em média, em 11,4%.
- O decréscimo no poder de explosão é de 11%. Na velocidade de aceleração, 6%. Na velocidade fora de linha, 8%. Velocidade lateral, 8%. Resistência, 11% - avaliou o ex-atleta e ex-técnico de atletismo, que dedicou os últimos 13 anos a entender o que leva jovens promissores a jamais desenvolverem todo potencial atlético, assim como a decadência prematura de atletas famosos, como Adriano, de 31 anos, dispensado pelo Flamengo no fim do ano passado e hoje sem clube.
A pesquisa ressalta que beber álcool após o treino acaba com os efeitos positivos daquele treinamento no corpo humano. Consumir álcool depois da competição torna muito mais difícil a recuperação física. E se a bebedeira levar à intoxicação, se o atleta ficar bêbado por apenas uma noite, o efeito negativo será relativo a 14 dias de treinamentos perdidos.
O programa de John Underwwod já foi apresentado a mais de 600 universidades americanas, de onde saem todos os atletas profissionais do país. Hoje, 83% dos atletas do sistema universitário americano usam álcool regularmente, enquanto 27% usam maconha.
- Se você fuma maconha, ela se acumula no seu sistema nervoso central, o \"THC\" se liga aos receptores e começa a afetar parte do cérebro para movimentos motores. Não há outro caminho.
Com uma vida social ativa, muitos jogadores não deixam de lado a sua \"cervejinha\". Há um limite razoável para o consumo dessa bebida entre atletas profissionais? Para o pesquisador americano, sim.
- Uma a duas bebidas. Para um ou dois copos comuns, quase não há efeitos fisiológicos mensuráveis. Nós encontramos uma mudança enorme a partir de três drinks. Hormonalmente, efeitos mínimos mesmo com um ou dois copos. A testosterona começa a diminuir mesmo depois do primeiro drink. Isso mostra o quão sensível o corpo humano é ao álcool.
Utilizando como amostragem o futebol americano, Underwwod verificou que o percentual de contusões para bebedores é de 54%, enquanto para não-bebedores o número atinge 23%.
- O álcool suprime os hormônios, especialmente o hormônio do crescimento humano, que precisamos para reabilitar músculos e tudo o mais. Uma lesão que poderia levar de duas a três semanas para a recuperação, talvez leve de quatro a seis semanas se você está usando álcool.
O atleta que usa drogas sociais não só se contunde, como fica doente com mais frequência.
- A maconha diminui a capacidade imunológica. O álcool diminui muito, você vai ficar doente mais rotineiramente. Você não só vai se machucar mais frequentemente, vai ficar doente com maior frequência.
A Universidade de Stanford, no estado americano da Califórnia, conduziu pesquisas que quantificaram o impacto mínimo das noitadas.
- O tempo de reação normal para um grupo de 24 (atletas) foi 0.186 centésimos de segundo.
Esses caras permaneceram acordados a noite toda, sem dormir. No dia seguinte, a média desse time era de 0.246. Um decréscimo de 25% na sua habilidade de mandar o sinal de reação para o estímulo visual.
No futebol brasileiro, casos recentes como o de Jóbson, ex-Botafogo, e Michel, jovem atacante do Fluminense, alertam para os riscos que ainda rondam os atletas profissionais. E o que não deixa de ser curioso é que o melhor jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, tenha se negado a fazer propaganda de bebida alcoólica.
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