Perto de fim de contrato, Vasco se movimenta para comprar CT de Itaguaí
Após reformulação nas categorias de base no ano passado – quando o ex-jogador Mauro Galvão assumiu a direção executiva do departamento -, o Vasco prepara um novo passo. O clube discute a compra em definitivo do centro de treinamento em Itaguaí, onde já treina há dois anos. Com investimento de cerca de R$ 300 mil até agora, em compra de equipamentos e em toda a reforma que promoveu no local, o valor que a diretoria precisaria despender para adquirir o terreno gira em torno de R$ 5 milhões.
O diretor geral do Vasco, Cristiano Koehler, confirmou ao GLOBOESPORTE.COM que a diretoria estuda o assunto e a forma de captar recursos para comprar o terreno do empresário Pedrinho Vincençote, que é amigo pessoal de Roberto Dinamite – os dois jogaram juntos no Vasco na década de 1980. No entanto, antes da compra – se ela realmente acontecer -, o clube precisa quitar uma dívida importante do aluguel. O Vasco deve alguns meses e precisaria quitar a dívida ou negociá-la até março do ano que vem, quando encerra o contrato de cessão dos cerca de 100 mil metros quadrados para as divisões inferiores vascaínas. O aluguel do espaço custa R$ 60 mil para o Vasco.
Em São Januário, o clube discute como viabilizar o negócio. O departamento jurídico vai estudar a questão para ver se a aquisição de terreno, com fins de formação de atletas, pode se encaixar na lei de incentivo ao esporte do governo federal. Além disso, o clube também pode recorrer a uma arrecadação coletiva com os torcedores vascaínos e doação de empresários vascaínos.
Hoje, moram 40 garotos na base do Vasco em Itaguaí. Eles estudam num colégio municipal em Piranema, a cerca de 10 minutos de ônibus do espaço alugado ao clube. Graças à nova instalação e a uma marcação rígida do Ministério Público, que ano passado chegou a pedir a interdição de algumas estruturas da base vascaína, o clube inutilizou a concentração construída em São Januário e diminuiu as vagas no Colégio Vasco da Gama, que ainda funciona dentro do clube.
Para o diretor da base, Manoel Pereira, a compra do terreno em Itaguaí seria a melhor solução para continuar o trabalho desenvolvido no local.
- Quem é que mora de aluguel e não quer adquirir uma casa própria? – comparou Pereira, acrescentando que o clube já fez diversas melhorias no local, mesmo sem ser dono. – Para nós, o espaço é uma maravilha. E nossa relação com o Pedrinho Vicençote é muito boa. Creio que não teremos problema de ir adiante com isso.
O sonho de ter uma estrutura somente para a base é antigo em São Januário. Em 4 de maio de 2011, em cerimônia na sede do Calabouço, o presidente Roberto Dinamite, ao lado do prefeito de Maricá, Quaquá, vascaíno fanático, lançaram a planta do terreno de 148 mil metros quadrados para a base do clube. Depois de um ano sem o clube começar as obras, a cessão pública foi suspensa.
Em Itaguaí, em fevereiro do ano passado, o garoto Wendel Venâncio da Silva morreu aos 14 anos. Ele estava em fase de testes na base do clube e faleceu em campo, antes de chegar no hospital mais próximo do local. Na época, a estrutura ainda era precária, sem equipamentos médicos e até com deficiência na alimentação do dia a dia do clube, que passava por crise financeira ainda mais grave que hoje. Em setembro do ano passado, o clube reinaugurou o CT, com festa e uma ampla reformulação.
Fonte: ge