Pelé: o rei do futebol tem pele cruzmaltina
Por Bryan Clem - \"\"O rei do futebol tem pele cruzmaltina\"\"
Vascaíno desde garotinho, Pelé jogou amistosos no clube que lutou contra o racismo.
O Rei da música, Roberto Carlos, é vascaíno. O Rei do Humor, Chico Anysio, também é. E o Rei da Poesia, Carlos Drummond de Andrade, também era torcedor do Vascão. Se todo rei é vascaíno, essa mística não iria ficar de fora logo no futebol. O Rei do Futebol, o maior jogador da história, também é cruzmaltino. Pelé sempre deixou bem claro o seu amor pelo Vasco, desde os tempos de infância, quando via seu pai - João Ramos do Nascimento, o Dondinho - jogar no Vasco da Gama de São Lourenço-MG, homônimo ao de São Januário. E esse amor não foi só da boca para fora. O Rei já entrou em campo com a Cruz de Malta no peito, e melhor, além de atuar, marcou gols em todos os cinco jogos, um deles em cima do Flamengo, na extinta Taça Morumbi. Porém, os organizadores não deixaram o torneio chegar ao fim devido a questões financeiras, mas o importante mesmo foi ver o Rei Pelé vestir a camisa do clube que torcia quando criança e manter a escrita de que os grandes jogadores brasileiros da história já jogaram pelo Vasco.
Lembranças como esta são importantes, principalmente, em momentos como o atual, em que lamentamos uma fila de oito anos sem títulos. Mas tenho certeza que um clube, um gigante com tanta história e tão importante para o futebol brasileiro, e também internacional, não irá permanecer por mais tempo sem dar alegrias para esse imensa torcida bem feliz. Tudo bem que não iniciamos o ano da melhor maneira possível, parecia que teríamos mais um ano sombrio, mas com um novo comandante na caravela vascaína, com novos tripulantes, jovens, porém com muita honra em carregar essa tão famosa Cruz de Malta no peito, mesclados com jogadores experientes, que possuem raízes e fizeram por muito tempo da Colina Histórica a sua verdadeira casa, poderemos ter um final de ano de alívio, à altura do Gigante da Colina, dos tempos em que Pelé fazia questão de ser cruzmaltino, da era do novo século, da nova década, do Meu Vasco!
Muitos dizem que o importante é o agora, o presente, mas nunca podemos nos esquecer das nossas raízes, das lutas que existiram por trás de uma grande história. Lembre-se sempre, se não fosse a briga do Vasco contra o racismo, contra a falta de liberdade e desigualdades, hoje o futebol brasileiro poderia não ter conhecido muita coisa, principalmente o seu Rei, o negro chamado Edson Arantes do Nascimento, ou Pelé.
(Artigo reproduzido diretamente da versão papel do Jornal Laboratório - Faculdade FACHA).