Futebol

Pedro Ken vibra por escolher o Vasco: "Estou feliz"

“Jamais se desespere em meio às sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras, cai água límpida e fecunda”. O provérbio, de origem oriental, aplica-se bem à situação vivida pelo nipônico Pedro Ken. Afinal, o meia chegou ao Vasco em meio aos diversos problemas que o clube atravessa e, mesmo com as incertezas, vem fazendo de São Januário o seu templo de paz e felicidade.

Revelado pelo Coritiba como uma promessa do futebol brasileiro, o jogador, de 25 anos, alternou altos e baixos na carreira. Chegou ao Gigante da Colina sem muita pompa, mas com um mês de clube, alcançou a titularidade, atuou nas sete partidas do Campeonato Carioca e vem tendo boas atuações.

– Eu até tinha outras opções, mas escolhi vir para o Vasco porque, independentemente das dificuldades, é o Vasco. Pela torcida que tem, pela grandeza, pela história. A camisa pesa. Então, isso que procurei avaliar. Tomei a decisão e fui feliz. Acredito que tomei a decisão certa. Estou feliz – disse.

No Vasco, Ken iniciou 2013 mais recuado, como segundo volante, e nos últimos jogos, voltou a jogar na posição de origem, como apoiador. Mas, independentemente da posição, ele se coloca à disposição:

– Procurei vir para cá com isso na cabeça. Ter uma grande oportunidade em um clube como o Vasco e aproveitar. Espero continuar nesta sequência, mas é aquela coisa: se precisar, vou estar à disposição. Só não vou atuar no gol (risos), mas onde precisar, eu estarei jogando.

Longe do estilo boleiro, Pedro Ken já se adapta ao Rio

Ken não faz muito o estilo boleiro. Não usa cordões reluzentes e nem roupas extravagantes. Com família de classe média, chegou a cursar Educação Física em uma famosa faculdade particular. No Rio, em vez da Barra da Tijuca, tradicional bairro de jogadores de futebol, adotou o Leblon, na Zona Sul da cidade:Pedro Ken marcou um gol contra o Flamengo neste Campeonato Carioca

– Não é difícil se adaptar ao Rio. A cidade é maravilhosa. Vim algumas vezes de férias. É apaixonante. Escolhi a Zona Sul porque é tudo mais perto, você faz tudo a pé, sem carro.

Como hobby nas horas vagas, o meia gosta de praticar tênis, com quem já combina uma partida contra o lateral-direito Nei. Porém, embora tenha outra formação, não tem dificuldades no dia a dia com os demais:

– Sempre me dei bem, mesmo tendo a origem um pouco diferente e o gosto também. Sempre respeitei e também gosto. Sou eclético, não tenho muita frescura. Aprendi a ser assim por estar vivendo em meios diferentes.

Condição física impressiona

Um dos pontos de destaque de Pedro Ken no Vasco tem sido sua condição física. Impressiona o fato de o jogador ter chegado apenas na metade da pré-temporada em Pinheiral (RJ) e, mesmo assim, ter disputado todas as partidas do Carioca sem ter sido substituído.

– Cheguei uma semana depois que o grupo iniciou a pré-temporada, mas, nessa questão física, eu sempre procurei me dedicar bastante. Então, não senti tanta falta assim nesses jogos – declarou.

Nem mesmo o forte calor do Rio de Janeiro tem atrapalhado o jogador.

– Estou me adaptando bem, até porque eu estava na Bahia (atuou pelo Vitória na temporada passada), então estou acostumado – comentou o camisa 8.

Bate-Bola

Pedro Ken

Em visita ao LANCE! nesta segunda

LANCE!: Como é ter herdado a camisa 8 do Juninho? Pesa?

Pedro Ken: Temos de evitar a comparação. Juninho é um ídolo do clube incomparável. Eu o admiro bastante dentro e fora de campo e não tem como comparar. É uma responsabilidade, mas não um peso. É algo positivo. Se estão me dando é porque confiam em mim.

LANCE!: Nos outros clubes, você era um dos cobradores de falta. Por que arriscou poucas vezes no Vasco?

Pedro Ken: Cheguei agora, então ainda fico um pouco por trás esperando. Mas vou procurar treinar, para quando as chances surgirem, estar cobrando. É uma coisa que espero fazer daqui para frente.

LANCE!: O fato de o time ainda ser visto com desconfiança os motiva?

Pedro Ken: A gente se fecha cada vez mais. Enquanto as pessoas estão desconfiando, nós estamos acreditando cada vez mais.

LANCE!: Você ainda cultiva as tradições orientais?

Pedro Ken: Está no sangue, mas eu não tenho tanto contato porque a família da minha mãe, que é descendente de japonês, é do interior do Paraná (Maringá). Então eu convivia mais nas férias. Ia lá para os meus avós todo verão,aí eu convivia muito com essa cultura. Eles até falavam em japonês, mas eu não sei nada. A culinária é o principal, o que mais gosto. Sou viciado.Pedro Ken já se sente adaptado ao Vasco e ao Rio (Foto: Ruano Carneiro)

Fonte: Lancenet!