Pedrinho faz declaração ao Vasco: "Parabéns meu primeiro amor"
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Tudo começou quando o Vasco tinha 85 anos e eu 6. Menino, entrei em São Januário para jogar futebol de salão. Os treinos terminavam 9 da noite. Atravessa a Barreira e pegava o ônibus para chegar em casa e descansar para o dia seguinte.
E comecei a treinar no campo. Tudo era maior. O campo, a bola, o
gol. O que eu não sabia era que o meu futuro também ficava grande naquele momento.
Treinava na quadra e no campo. A rotina era pesada para um garoto, mas eu queria jogar pelo meu time de coração, como os meus ídolos, como o Mauricinho. Meu pai, meu maior ídolo, começou a trabalhar no clube. A tal rotina agora era da minha família.
Com 18 anos e o Vasco com 97, fiz meu primeiro jogo nos profissionais e não parei mais.
Ganhei muitos jogos, fiz muitos gols, fiz embaixadinhas. Conquistei títulos importantes e a Libertadores nos 100 anos do Vasco foi incrível. Eu tinha apenas 23. Cheguei na Seleção Brasileira. Me machuquei. Fiz 222 jogos com a camisa do Vasco, marquei 50 gols.
Ri de alegria, ri de nervosismo, chorei de felicidade, chorei de dor. Pensei em largar tudo, queria ganhar tudo.
Um dia, chegou a hora de dizer “adeus” ao campo. O Vasco com 115 anos e eu com 36. Ali eu queria fazer o último jogo como se fosse o primeiro. E fiz.
Achava que nunca mais iria ouvir a torcida cantar “o Pedrinho te calou, no Maraca eu sou o seu maior terror”. Errei.
Hoje, eu dou o parabéns para o meu primeiro amor, o meu primeiro amigo. Para ele que me deu o que sou. Parabéns, Vasco! Pelos seus 122 anos. Do seu amigo, que agora tem 43!