Futebol

Pedrinho fala sobre o Vasco e relembra "pior momento da minha carreira" em p

O apoiador Pedrinho falou sobre vários assuntos no programa "Tá na Área", do canal por assinatura SporTV, na noite da última quinta-feira (04/09).

10 ANOS DA TAÇA LIBERTADORES DA AMÉRICA DE 1998


"Vai ser muito emocionante. A minha ida para o Vasco já tem sido emocionante a cada passagem de cada lugar que eu freqüento ali em São Januário, porque cheguei ali em 83. Estou revendo pessoas de 83, pessoas que me adoram e eu adoro também. Agora vou poder rever pessoas de 98 que eu não via há muito tempo - Válber, Mauro Galvão. Foi um título inesquecível para a gente, que de lembrar assim, até emociona".

A data foi comemorada antes da derrota do Vasco por 3 a 1 para o Cruzeiro, em São Januário, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.

VASCO NO BRASILEIRO

"Está em uma situação difícil, próximo da zona de rebaixamento. Mas temos dois jogos em casa agora. Acho que é o momento para conseguir duas vitórias e se distanciar, para dar um pouco mais de confiança para o elenco, porque a gente sabe que com confiança as coisas andam mais fácil".

TEMPO PARADO E GANHO DE PESO


"Há dois meses. Não. É mais fácil eu ter perdido. Não ganhei. Nas últimas duas semanas treinei forte a parte física. Para não perder muito tempo, como eu já estava negociando, para não chegar vazio, já cheguei, de uma certa forma, bem condicionado. Agora é só fazer o meu trabalho com o Emílio [Faro, preparador físico] lá".

PASSAGEM PELO AL AIN, DOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

"Fiquei desde janeiro, até junho. Seis meses. Bom. O futebol é muito diferente. Não tem muito compromisso com o profissionalismo. A gente sente um pouquinho isso, porque está acostumado a treinar, à cobrança. Não tem muito isso e só treina à noite, por causa do calor, e concentra pouco. Eu procurava treinar e fazer as coisas sozinho. Mas foi uma experiência boa".

REESTRÉIA PELO VASCO

"Vai depender de uma avaliação técnica e física. Esse período na Granja [Comary], para mim, vai ser excelente. Acredito que se não for já contra o Náutico, acho que no meio de semana contra o Palmeiras, no meu modo de ver, não vai ter problema".

O Gigante da Colina fará uma inter-temporada em Teresópolis a partir deste sábado e só voltará a campo contra o Náutico, no dia 14/09 (um domingo), às 16h, novamente na Colina Histórica.

MOMENTO DO VASCO


"Percebo que é um momento de mudança em São Januário, de uma forma geral. Vem sendo dado oportunidade para muito jovens. Às vezes a cobrança é forte por isso. Mas também já fui jovem. Entrei em São Januário quando o Vasco estava com seis derrotas consecutivas [no Brasileiro de 1995]. Sofri bastante e depois ganhei confiança. Eu acredito. O que tenho comentado é que vejo jogadores de qualidade, como Leandro Amaral, Edmundo, Madson. Tenho esperança que time o vença, para esses jogadores ganharem mais confiança, e os próprios jovens. Se ganhar confiança e duas partidas, acho que todo mundo melhora um pouco mais. Vejo isso. Não vejo uma equipe muito diferente da outra nessa competição, nesse Brasileiro. O próprio Grêmio, se você for analisar, não tem dois, três jogadores magníficos. Isso não vejo. Vejo um time coeso, compacto, que tem conseguido as vitórias, às vezes com muita garra. Mas diferença técnica não tenho observado".

LESÃO SOFRIDA CONTRA O CRUZEIRO

"Esse foi o pior momento da minha carreira. Eu tinha acabado de ser convocado para a Seleção. A apresentação era na segunda-feira. Acho que esse jogo foi em um sábado [domingo]. Recebi a notícia que eu ia operar, dentro do vestiário, pelo rádio, porque o roupeiro estava com o rádio ligado e o médico deu a entrevista dentro do campo, que provavelmente eu teria que operar".

O carrinho do zagueiro Jean Elias, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito de Pedrinho, na vitória por 2 a 0, em São Januário, pelo Brasileiro de 1998, completa 10 anos neste sábado.

A entrada violenta deixou Pedrinho afastado dos gramados durante sete meses. Ao retornar, o jogador voltou a apresentar o problema e ficou de fora mais oito meses.

LANCE MUDOU A CARREIRA

"Mudou. Como eu não tinha nenhuma lesão... Eu estava no auge, então tinha muita confiança para fazer tudo. Vi que o zagueiro estava muito distante. Mesmo eu estando mais longe do que ele da bola, eu chegaria primeiro. E foi o que aconteceu, tanto é que ele teve que dar o carrinho. Aí, como não sei nada de perna direita... Se eu tivesse dado o tapa na bola com a perna direita, eu teria pulado antes. Mas como não tenho a perna direita, tive que botá-la no apoio para dar para a esquerda. Foi no exato momento em que ele chegou. Acho que foi a parte interna da perna dele que bateu no meu joelho".

O hoje comentarista Muller, que atuava pelo Cruzeiro, comenta.

"Todo jogador que se contunde, e o Pedrinho passou por esse momento... É um momento ruim e o jogador fica parado. Ele se desvaloriza, deixa de aproveitar as oportunidades que o futebol pode oferecer. Lembrando dessa contusão do Pedrinho com o zagueiro Jean, do Cruzeiro... Eu jogava pelo Cruzeiro nessa oportunidade. Sem dúvida nenhuma, foi um momento muito difícil na carreira do Pedrinho. Ele já falou isso várias vezes. Essa partida foi em São Januário, Vasco x Cruzeiro, e eu jogava pelo Cruzeiro. O Jean era um zagueiro muito forte fisicamente. Tenho certeza que o Pedrinho conseguiu, diante dessa adversidade, dar a volta por cima, tanto é que depois ele foi para o Palmeiras e se tornou ídolo da torcida".

"O Jean foi infeliz nessa entrada com o Pedrinho. E carrinho... A FIFA já proibiu. Acho que o carrinho tinha que ser abolido - carrinho de lado, por trás. Esse carrinho é muito perigoso. A gente usa sempre um chavão no futebol. Ele desemprega, sem dúvida nenhuma, o jogador que leva o carrinho do adversário".

PASSAGEM PELO SANTOS

"Sou muito grato ao Vanderlei [Luxemburgo], em um momento difícil, em que saí do Fluminense porque não vinha tendo uma seqüência de jogos. Ele me ligou em dezembro, falou que tinha um projeto muito bom no Santos, eu jogaria e não me machucaria, tinha o Filé [Nilton Petrone], que fazia um trabalho de prevenção. Aí conheci o Filé e ele rapidamente detectou que eu tinha um desequilíbrio no quadril. O quadril girava, automaticamente ia compensando, dando dores e, conseqüentemente, chegava à lesão. Graças a Deus, tive a oportunidade de conhecer o Filé e ele fazer um trabalho excepcional comigo".

ESCONDER DORES

"Mas muito vezes também me machuquei, depois dos problemas que tive, porque eu era tão cobrado que eu não podia me machucar. Eu tinha que passar uma temporada inteira sem me machucar. Às vezes eu via companheiro meu se machucando duas, três vezes. Era uma coisa normal e eu não podia me machucar. Às vezes eu tinha uma dor muscular igual aos outros jogadores, normal. Todo mundo reclamava e eu ficava escondendo, escondendo até o último minuto, para não ter que falar que estava reclamando. Acabava que estourava. Aí se tornava uma lesão às vezes mais grave. Com o tempo, aprendi que é melhor você falar logo. Cura às em dois dias. Você fica bom e acabou".

LUXEMBURGO SER DIFERENCIADO

"No caso da minha lesão, a primeira coisa que ele falou para mim foi \"Você não tem problema algum\". Aí ele usou o termo dele, que eu estava... Eu não tinha pessoas adequadas para... Aí comecei a acreditar naquilo, porque passado um tempo comecei a achar que eu era o problema. Confiei no que ele falou, confiei no Filé, fizemos um trabalho junto e comecei a jogar. Acredito muito no Vanderlei porque quando fui para a Seleção, nesse jogo que me machuquei... Ele me convocou e dois dias depois me machuquei. Antes de eu me apresentar... Fui para o hotel, fiquei no hotel. Antes de ele viajar com a Seleção, ele foi lá no hotel. Eu era um garoto. Tinha Ronaldo na Seleção, Rivaldo. Eu não era ninguém. Ele foi lá no hotel, no quarto. Eu ainda não tinha operado e ele falou para mim \"Opera, que estou te esperando para as Olimpíadas\". Sempre com coisas positivas. Quando cheguei no Santos, depois ele não falou mais de contusão. Ele falou \"Você vai jogar 200 jogos aqui e não vai se machucar\". Foi uma temporada em que fiz 10 ou 12 gols no Brasileiro. Nem quando eu nunca tinha me machucado eu tinha feito. Para mim, foi um ano maravilhoso".

"Taticamente também, mas pessoalmente não de contar mentira. Ele conta o que ele acredita. Ele não ficou falando uma coisa que não poderia acontecer, tanto é que aconteceu. Mas taticamente, para mim, ele é formidável. Ele estuda o time adversário. É um treinador que tira o melhor do jogador. Dificilmente ele me botou para marcar. Às vezes o volante passava, eu queria voltar marcando o volante, e ele gritava lá \"Não, deixa ele ir. Fica nas costas dele. Ele é que tem que te marcar\". É diferente".

VASCO OFENSIVO

"No meu modo de ver, o Campeonato Brasileiro te proporciona isso, por ser por pontos corridos. Às vezes você joga três partidas e tem três empates. É a mesma coisa que você ganhar uma e perder duas. Só que tem que ser tudo dentro das possibilidades que a equipe te oferece. Não adianta você sair para ganhar se não tem condição de ter uma boa defesa. Acho que o Tita vai saber fazer o que é melhor para o Vasco. Qualquer decisão que ele tomar, vou acatar tranqüilamente".

BRASIL OFENSIVO CONTRA O CHILE

"Acho que sim. De um modo geral, as equipes que vão jogar contra o Brasil já respeitam demais. Se o Brasil chegar de uma forma diferente, acho que isso dá uma força muito grande para a outra equipe. Se o Brasil chegar se defendendo, todo mundo vai estranhar. Acho que o Brasil tem que ir para cima mesmo, Robinho fazer o que sabe, Ronaldinho Gaúcho. A gente sente, dentro do jogo. Quando você vai para cima, pedala, passa primeiro, o cara já fica com medo de te marcar. Acho que o Brasil tem que ir para cima mesmo".

Chile x Brasil jogam pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 neste domingo (07/09), às 22h (de Brasília), em Santiago, no Chile.

MAURO GALVÃO

"O Mauro Galvão era muito engraçado, porque ele já tinha uma idade e era bem magrinho mesmo. Às vezes vinha um atacante forte, dividia com ele, e a gente \"Caramba, agora acabou o Mauro Galvão\". O Mauro Galvão levantava e o cara ficava caído".

SEMIFINAL DA LIBERTADORES CONTRA O RIVER PLATE

"A semifinal foi emocionante porque o time do River era sensacional. O Juninho [Pernambucano] vinha de um problema. Ele veio de uma contusão, entrou no jogo e fez aquele gol, acho que muito merecido".

APROVADO NOS EXAMES MÉDICOS

"Eu já sabia antes, mas é sempre importante. Sou um atleta normal. Corro risco como os outros jogadores. Estou sujeito a qualquer tipo de contusão. Mas encaro qualquer tipo de opinião normalmente".

Fonte: Vasco Expresso