Futebol

PC ou Muricy? Em campo, tricolor vota em si próprio: "Fui diferente"

Na beira do campo, um é consagrado como o treinador mais eficiente do futebol brasileiro atualmente, enquanto o outro é apontado com um dos grandes nomes da nova geração. Mas dentro dele, onde a história já foi escrita, Muricy Ramalho não deu chances para Paulo César Gusmão e foi um atleta muito mais decisivo por onde passou. E quem garante isso é o próprio comandante do Fluminense.

Se o vascaíno tem como principal marca ter sido por anos reserva de Acácio no gol do Vasco, Muricy Ramalho escreveu papel de destaque no meio-campo do São Paulo na década de 70. Revelado no Morumbi, defendeu o clube entre 73 e 79 em 177 partidas, marcando 26 gols. Neste período, foi cogitado para a Seleção Brasileira. Entretanto, uma lesão no joelho impediu que defendesse o país na Copa de 78.

Ciente das próprias qualidades, o ex-meio-campo evitou “tripudiar” sobre o rival de domingo, às 18h30m (de Brasília), no clássico entre Vasco e Fluminense, no Maracanã, mas deixou claro que teve uma carreira mais representativa nos gramados.

- Vi o PC jogar algumas vezes, não muito. Posso falar do meu trabalho. Eu realmente jogava alguma coisa. Para você ter condição de jogar uma Copa do Mundo, como eu teria se não me machucasse, é porque fiz algo diferente. E eu era diferente em campo. Seria reserva do Zico, que é o jogador mais completo que vi jogar depois do Pelé – disse Muricy, que ainda defendeu o Puebla, do México, entre 79 e 85, onde, inclusive, virou treinador.

Fora de campo, no entanto, o treinador conhece, e conhece bem, o trabalho de PC Gusmão. Líder do Brasileirão pelo Flu, com 32 pontos, Muricy sabe que o rival tem a mesma pontuação se somadas as campanhas de Ceará e Vasco e vislumbra para ele um futuro promissor.

- O PC é um técnico que já mostrou em alguns lugares o bom trabalho. O que estava faltando era mostrar em um grande clube, como é o Vasco, e pode marcar seu nome na história dos treinadores. É um cara preparado, que está há anos no mercado e esse é o ano dele. Fez um bom trabalho no Ceará e agora no Vasco.

E a dupla já se enfrentou no Brasileirão deste ano, na primeira rodada, quando o Ceará venceu o Tricolor por 1 a 0, no Castelão. Resultado injusto na opinião do técnico do Flu, mas que deixou clara a capacidade do trabalho de PC.

- Naquele momento foi um jogo atípico. Perdemos com um gol em um pênalti duvidoso e perdemos um jogador de cara (Cássio foi expulso no lance). Mas chamou a atenção a organização do Ceará.

Com 32 pontos, assim como PC, o Fluminense é o líder do Brasileirão. Já o Vasco, com 20, é nono.
 

Fonte: ge