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PC Oliveira analisa lance de Bruno Henrique e cita outro ponto importante

O clássico entre Flamengo e Vasco, neste sábado, foi marcado por uma discussão sobre um possível impedimento de Bruno Henrique no primeiro gol rubro-negro. Com a vitória por 2 a 1, o Flamengo avançou à final do Campeonato Carioca. No Troca de Passes, do sportv, o comentarista de arbitragem PC Oliveira disse que não é possível concluir se o gol do atacante rubro-negro foi irregular devido à imagem disponibilizada. O ex-árbitro também pediu maior transparência da Ferj sobre o processo de escolha das imagens utilizadas.

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- Visualmente, olhando a imagem parada, mesmo ainda não sendo o frame que o VAR usou, a impressão é que o Bruno Henrique está um pouco à frente em relação ao João Victor. Mas outro detalhe importante dessa imagem é que não conseguimos ver o pé do João. Na imagem parada, para mim, o penúltimo defensor do Vasco é o João, porque essa linha passa bem além do braço do Piton. Por isso acredito que é importante a Ferj mostrar a construção da linha, para sabermos qual foi a referência. Provavelmente, (o VAR) usou outro ângulo para poder identificar a posição do pé, identificou, marcou a posição e depois traçou a linha pela câmera de impedimento. Por essa imagem (da transmissão), não dá para ver o pé do João Victor - opinou PC.

Antes do início do Carioca, os clubes participantes deliberaram e aprovaram, juntamente com a Ferj, as diretrizes dos procedimentos do VAR para o torneio. Após o debate, ficou definido que a linha traçada - que tinha 6cm em 2024, conforme o padrão do Campeonato Brasileiro - teria seu tamanho dobrado para o Carioca de 2025.

- Passou para 12cm, com o objetivo era beneficiar os atacantes e acabar com os chamados lances ajustados. (...) A gente sempre fala que, independentemente da espessura da linha, dependendo da jogada e como ela se configura, o frame correto que o VAR vai utilizar, sempre vai ter um lance ou outro que vai causar bastante polêmica - disse PC Oliveira.

A CBF, por ser uma associação nacional, precisa da autorização do International Football Association Board (IFAB) para implementar quaisquer alterações em seus torneios. As federações estaduais, conforme relatado pelo comentarista de arbitragem, já possuem uma autonomia distinta - o que possibilita alterações como a linha mais grossa.

Ex-técnico do Arsenal, Arsène Wenger propôs uma mudança radical na lei do impedimento, acabando de vez com a regra da mesma linha. Na última semana, houve uma reunião do IFAB, mas a proposta do francês ainda não foi aprovada.

- Repare a posição da bola, na hora que pausamos a imagem na transmissão. O VAR, na hora de traçar a linha, sempre tem que buscar o primeiro impacto da bola. Nesse ângulo da transmissão, ainda não temos a certeza se a bola já tinha sido tocada ou não. Na computação gráfica, depois, vamos reparar que a bola já tem até um certo movimento. Dependendo do número de frames, muitas vezes a bola já está até em movimento, mas é o que eles adotam, onde conseguem identificar o movimento da bola.

- Agora (se referindo à imagem no telão), já é o ângulo que o VAR utilizou, a bola já não tá escondida no pé do Arrascaeta, provavelmente ele já usou o frame seguinte, porque no anterior não conseguiu identificar o toque na bola. Ele vem para o frame seguinte, repare que a bola já está borrada, em movimento, mas é o frame que ele utilizou. E traça a linha... Olhando essa imagem, gera muita dúvida. Não dá pra ver o pé do João Victor, a linha tá bem grossa, não dá pra determinar exatamente se está pegando a última parte, no inferior da axila. Quando o jogador está inclinado, o VAR vai buscar a última parte do corpo que não é considerada mão. Seria um pouquinho à frente, mas da maneira que ela tá grossa, sem vermos a construção e onde o VAR marcou... Na hora do zoom, a imagem fica mais borrada ainda. Gera dúvidas também em relação à cabeça do Bruno Henrique. É difícil determinar onde está traçada. Os clubes têm essa prerrogativa de ir até a Ferj para que ela demonstre a construção da linha. Que tenha uma divulgação dessa construção.

O programa também debateu o tempo corrido entre a entrada da bola no gol e o reinício da partida. O VAR precisou de 1 minuto e 16 segundos para validar o gol anotado por Bruno Henrique.

- Normalmente, em lances ajustados, tem uma certa demora. A utilização da linha mais grossa para favorecer o ataque, beneficiar e sair mais gols... Mesmo assim, é importante que o trabalho seja bem feito, para que tenha uma boa aparência para quem está vendo na televisão e não fique dúvida. Os clubes têm essa prerrogativa. Seria interessante (para a Ferj), assim como a CBF, divulgar a construção. A gente reclama quando é aquele impedimento ajustado, mas mesmo em um lance favorecendo o ataque, é importante que tenha transparência e clareza.

Fonte: ge