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PC Gusmão fala sobre sua chegada ao Vasco e planos para o futuro

Em entrevista concedida ao jornalista Jorge Eduardo, da Rádio Globo, o técnico Paulo César Gusmão falou de sua trajetória desde que assumiu o Vasco desde a saída de Celso Roth e também revelou os planos da equipe cruzmaltina para o campeonato brasileiro.

Como foi seu primeiro contato com o time do Vasco?

- Na chegada até a inter temporada em Mangaratiba, na minha chegada eu senti um grupo bastante desmotivado, com a auto-estima muito baixa, e até desconfiando do seu próprio potencial. O que a gente procurou fazer foi um trabalho intenso nessa parte de preparação física e na parte técnica também principalmente. Geralmente na parte da noite a gente deixava para trabalhar algumas situações mostrando exemplos de equipes que tiveram uma trajetória parecida com o Vasco, vitoriosa. Depois de acidente de percurso onde essas equipes oscilaram bastante, em baixa e conseguiram se reerguer e chegaram a um patamar onde muitos não acreditavam. Citei bastante o caso do próprio Ceará no ano passado. Quando a gente chegou na lanterna da Série B e conseguimos subir a Série A. Citei exemplo do Flamengo que foi campeão da Série A e oscilou bastante, até na saída do próprio treinador, que o Flamengo não sabia o que ia disputar na competição, se não para ser rebaixado ou brigar pelo título e conseguiu chegar. Então, coloquei que tudo dependia da nossa entrega, do nosso comprometimento, do envolvimento para que a gente pudesse ali dentro do Vasco da Gama deixar todo o sentimento ruim fora e pensar somente nas coisas boas para que a gente pudesse atingir o nosso objetivo.

O Vasco está no patamar de que você gostaria?

- É difícil você fazer qualquer tipo de colocação em números. O que a gente quer é uma equipe mais compacta, mais aguda. Uma equipe que trabalhe com mais chegada, no setor ofensivo com uma chegada muito maior. Mas isso a gente sabe que requer um pouco mais de tempo, até porque os jogadores que chegaram para estas colocações são jogadores que ainda precisam de uma sequencia maior de jogos para que eles atinjam seu ponto ideal e nos ajudem. Existe um fator positivo que foi o acerto da parte defensiva. Da parte dos zagueiros com os volantes e principalmente os laterais, isso a gente fica feliz, pois deu uma boa equilibrada. A gente sabe que precisa de uma sequencia de jogos para conseguir chegar, mas vamos chegar. Pela dedicação que os estamos tento nos treinamentos, a gente sabe que vai chegar. A gente espera que seja num período mais curto para atingirmos isso ai. É como a gente sempre fala: A gente busca objetivos dentro da competição e chegar ao mais rápido possível ao grupo do G4.

Quanto tempo você preve isso?

- Ao final do primeiro turno é o que a gente quer. É o que a gente traçou, combinou. Procurar chegar se não estiver no G4 nos mais rápido possível. Então esse é o objetivo traçado. E a gente sabe que para conseguir isso vai ser difícil. Como as dificuldades estão sendo até agora. Em 6 jogos foram 12 pontos que a gente conseguiu e a gente ainda tá de conquistar esse objetivo. Para você ver como o início foi muito ruim, mas que a gente tem grandes chances de chegar nesse patamar até o final do primeiro turno.

Como você enxerga o time e o elenco do Vasco para a disputa do Campeonato Brasileiro?

- Eu vejo um grupo do Vasco equilibrado, que vem hoje com a subida dos meninos dos juniores equilibrando a parte física onde a gente teve um ganho muito grande na velocidade. Além disso, vejo um campeonato diferente. A gente vê um grupo muito equilibrado. Um Fluminense forte, que começou muito bem a competição, desgarrando de um grupo e ficando praticamente ele e o Corinthians num campeonato a parte até este momento. O restante eu vejo igual. Até mesmo no número de pontuação, vejo um equilíbrio muito grande. Vejo todas as chances do Vasco deslanchar na competição e encostar no grupo de cima.

O PC Gusmão está pronto para ser campeão brasileiro?

- A gente vem trabalhando e se preparando para isso. A gente sabe que isso te dá um respeito muito maior. Sabemos que o campeonato brasileiro é muito difícil e de tá um respeito maior o que todo mundo quer. Venho me preparando para isso. Tenho certeza que o Vasco é o clube, no meu entender, que se conseguir dar um título brasileiro para o Vasco da Gama seria um presente para o clube e para mim. Quanto aos objetivos traçados pelo Vasco na competição, pelo início ruim, o objetivos foram mudando ao longo das sua pontuação. Quando cheguei o objetivo era sair do rebaixamento. E agora sair daquele bolo ali, onde todo mundo igual, e se aproximar ainda mais do G4. Tudo isso foi traçado pela comissão técnica e como falei, até o final do primeiro turno estar o mais próximo possível e ali sim vai ter dar a realidade do que o Vasco vai buscar na competição. Por tudo que nós estamos apresentando, acredito que se não conquistarmos o título, disputaremos esse G4 para conquistar uma vaga na Libertadores tão sonhada.

O desenvolvimento do trabalho está seguindo a sua expectativa?

- Está dentro da expectativa, da gente pontuar fora de casa e vencer dentro de casa. Até agora foram três vitória e três empates, o que dá uma base de dois pontos por partida. Se você fizer uma análise do retrospecto dos últimos campeões, eles sempre tiveram este aproveitamento. Então é em cima disso que a gente vai trabalhar.

Quais são os problemas do Vasco?

- Hoje temos um ambiente muito bom dentro do grupo, que dá um prazer muito grande de estar ali no dia a dia com todos os atletas. Acho que eles entenderam a forma de trabalho, da escolha do treinador, o respeito pela escolha. Hoje eu tenho a felicidade que todos estão trabalhando no seu limite. Temos esta resposta no dia a dia, com a parte de fisiologia passando o trabalho deles e ai facilita para a gente na escolha. Às vezes temos que deixar jogadores de qualidade, que poderiam estar aqui dentro, de fora. Isso é uma questão de escolha e isso é muito bom. Hoje não temos adversários dentro do Vasco e quando isso acontece... adversário que digo é com sentimento diferente dos outros, que não seja ajudar o Vasco da Gama, isso facilita bastante. Hoje trabalhamos nessa forma. Com equilíbrio muito grande e a gente vê que nos dá uma motivação muito maior é o brilho no olhar de cada jogador, no olhar de cada um, independente da idade, sabendo que aquela é a oportunidade. Quando se tem uma oportunidade em um grande clube, temos que agarrar com unhas e dentes, com tudo, para que a oportunidade seja feita como meta de vida. Hoje o Vasco é um grupo forte, unido e que sabe o que quer. Sabendo da decepção que ele passou e não se importando com resultados ruins e nem se empolgando com os resultados bons. O que importa é o equilíbrio e sabendo que só com os pés no chão a gente pode conquistar esse objetivo.

Problemas do Vasco, salários atrasados, etc.

- O trabalho continua dentro do planejado. O torcedor pode ficar tranquilo, respeitar todas as notícias vinculadas, mas saber que nada está fugindo do que a gente tem planejado. Está tudo no patamar que a gente sabe que temos que atuar. Quando aos problemas de salário, só eles olharem a forma que a diretoria está tratando esta posição já dá uma situação para gente que tem uma boa vontade muito grande de solucionar esse problema. Quando a gente vê boa vontade, não tem porque se preocupar. Cada um no seu setor está trabalhando numa forma melhor para que o Vasco possa crescer ainda mais nessa competição.

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