Payet completa uma semana no RJ e Vasco vive expectativa de estreia
Há uma semana, o desembarque de Dimitri Payet estremecia o Galeão. A festa de mais de cinco mil pessoas no aeroporto, em plena quarta-feira de madrugada, era o desfecho de uma trama que flertou com a tragédia, mas acabou em final feliz. Em uma semana no Rio de Janeiro, o francês sentiu o calor da torcida, foi apresentado, treinou e viveu um dia como vascaíno na arquibancada do Maracanã.
A saga do Vasco a na janela de transferências acumulou recusas, mudanças de rota e uma boa dose de angústia. O mercado sinalizava que as propostas salariais vigorosas oferecidas pela SAF não seriam, por si só, suficientes para convencer os grandes nomes pretendidos.
Na lanterna do Brasileiro, a melancólica situação esportiva ofuscava o atrativo financeiro. De Manuel Lanzini a Luciano Vietto, foram várias tentativas frustradas. Àquela altura, a proposta vascaína soava como um desafio arriscado.
No fim das contas, mesmo depois de muitos desvios de rota, Payet mostrou-se como uma solução certeira: nome de peso, factível, e principalmente, com muita vontade de vestir a camisa do Vasco.
“Vai ser um grande desafio, com certeza. Sei a pressão e dificuldade. De alguma forma, o time doVasco me lembra o Olympique, que também é um time guerreiro, mas não está no lugar certo”, disse ele em sua apresentação.
Payet tem aprimorado a forma física e fez alguns treinos com o grupo. Se resolver a documentação a tempo, a ideia do Vasco é deixá-lo à disposição de Ramon Diaz domingo, contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Mesmo fora de campo, o meia tem sido responsável por renovar as esperanças de uma torcida carente de ídolos recentes e levantar o astral de um clube que viveu dias conturbados.
Os sete dias do francês no Rio de Janeiro
Payet desembarcou no Rio de Janeiro por volta de 5h20 (de Brasília) da quarta-feira da semana passada, dia 16. O primeiro dia foi corrido, com compromissos no consulado francês e realização de exames médicos.
Na quinta, dia 17, o meia assinou em definitivo com o Vasco, contrato válido por dois anos, e foi anunciado oficialmente. Conheceu São Januário, posou para foto ao lado da estátua de Roberto Dinamite e fez seu primeiro treino sob o comando de Ramón Díaz. Em seguida, foi à megaloja e comprou mais de 100 camisas para distribuir para amigos e familiares.
Na última sexta, 18, Payet no Salão de Beneméritos, em São Januário. Marcada para as 11h, a coletiva de imprensa começou com mais de uma hora de atraso. O motivo era nobre: Payet havia sido liberado da atividade no CT Moacy Barbosa justamente para participar da formalidade, mas optou por seguir com os companheiros e participar do treino. Depois, deslocou-se da Barra da Tijuca à São Cristóvão para conversar com jornalistas.
No primeiro contato com a imprensa, o francês se derreteu por São Januário, citou ídolos históricos e apontou a luta contra o racismo como um dos motivos pelos quais escolheu jogar no clube. No centenário recém completado dos Camisas Negras, time de negros e operários que fez história em 1923, a esperança vascaína renasce a partir de um atleta negro, de origem africana e genuinamente inserido em uma luta que tem alta importância na Colina.
Payet deu sequência ao processo de recondicionamento físico no sábado (19) e, no domingo, 20, teve o segundo contato com a torcida após a recepção calorosa no aeroporto. Deu volta olímpica, recebeu camisa de Valentina, neta de Roberto Dinamite e assistiu à vitória diante do Atlético-MG, no Maracanã.
A segunda-feira (21) foi de mais atividade no CT Moacyr Barbosa: Payet foi o único a treinar no dia de folga do elenco. Na terça (22) e nesta quarta (23), treinou normalmente. Seu nome pode aparecer no BID da CBF a qualquer momento.
Fonte: ge