Futebol

Paulo Autuori faz balanço da Copa das Confederações

No fim das contas, o que mais agradou na edição da Copa das Confederações que terminou domingo, com o título do Brasil sobre a Espanha, foi a qualidade das partidas. O nível do jogo foi muito elogiado por torcedores, pelo Comitê Organizador Local (COL) e pela Fifa. A pedido do Jogo Extra, os técnicos de Botafogo, Fluminense e Vasco também deram sua opinião a respeito do que foi mostrado na competição.

Para Paulo Autuori, do clube de São Januário, a ofensividade da seleção e dos principais times da Espanha e da Alemanha estão inspirando os adversários a fazerem o mesmo.

- Isso é positivo, com certeza. Posso falar isso porque sou das pessoas que acreditam que podemos ter um futebol com qualidade sem deixar de ser competitivo. Isso vem se diluindo de uma forma clara, há uma tendência clara na Europa, de se priorizar jogadores que saibam jogar futebol. Tanto que você vê equipes como Itália e Uruguai com bons atacantes em suas equipes. Gostaria de ver isso também na Copa do Mundo – afirmou.

As duas seleções citadas por Autuori são bons exemplos da postura mais ofensiva que as equipes têm assumido pelo mundo. O estilo italiano, referência quanto à marcação, ganhou com Cesare Prandeli uma qualidade de passe maior no meio de campo. Já os sul-americanos, tão conhecidos pelo modo de jogo retranqueiro, contou na Copa das Confederações com trio de ataque de impor respeito, com Forlán, Cavani e Suárez.

Esse esquema com três jogadores na frente é, inclusive, uma marca de Abel Braga no Fluminense. O treinador foi campeão brasileiro com o Tricolor escalando muitas vezes Rafael Sobis, Wellington Nem e Fred no ataque. Este ano, colocou juntos Rhayner, Nem e o camisa 9 como titulares. Para ele, essa formação é a ideal para se buscar as vitórias em tempos de defesas tão fechadas.

- Gosto de jogar com três atacantes, nunca tive medo de perder e não abro mão disso. É um jogador mais centralizado e outros dois abertos pelas pontas. Com relação a isso, a maior parte das seleções jogam com caras abertos pelas pontas e essa é a melhor forma para se furar os bloqueios. Além disso, é muito importante que se tenha volantes que saibam jogar. Não há mais o primeiro volante que não saiba sair para o jogo – destacou.

O maior reflexo disso é o aumento no número de gols. A média da Copa das Confederações deste ano, 4,25 por partida, foi a maior da história, desde que a competição passou a ser organizada pela Fifa, em 1997. Mesmo sem serem levadas em consideração as partidas disputadas pela seleção amadora do Taiti, o número segue alto: 3,3 gols por jogo.

Para Oswaldo de Oliveira, técnico do Botafogo, isso não significa que haja uma tendência em surgirem equipes mais ofensivas ao redor do mundo.

- Os times estão escalando o que eles têm de melhor em seus elencos. O Cavani e o Suárez ajudaram na marcação o tempo todo, um disputando bola com o Marcelo e o outro com o Daniel Alves, quando pegaram o Brasil. Jogar com três atacantes não significa que o time está atuando de forma ofensiva. O Uruguai jogou na defensiva, esperando o Brasil para sair no contra-ataque utilizando o forte trio ofensivo – explicou.

Procurado pela reportagem, Mano Menezes, técnico do Flamengo e ex-treinador da seleção brasileira, preferiu não opinar sobre o futebol apresentado na Copa das Confederações.

Fonte: Extra Online