Partidários de Eurico Miranda e Roberto Dinamite trocam "elogios"
Enquanto Edmundo marcava dois gols e ajudava o Vasco a golear o Barcelona-EQU por 9 a 1, na última quarta-feira, em sua despedida oficial, uma série de episódios curiosos acontecia no estádio de São Januário. Todos ligados ao processo de adeus do ídolo e intensa divisão política no Cruzmaltino.
A presença do ex-presidente Eurico Miranda, que não frequentava jogos do Vasco há mais de três anos, mostrou que a noite seria diferente. Enquanto a partida se desenrolava, partidários de Eurico e Roberto Dinamite - atual presidente e desafeto do ex-cartola - se cruzaram nos corredores e trocaram acusações durante longo tempo. A confusão só foi encerrada com a interferência da turma do \"deixa disso\".
Se alguns vascaínos compareceram dispostos a apimentar a guerra política, outros optaram por defender Edmundo e protestar contra Romário. A disputa entre os dois é intensa na torcida cruzmaltina. Dono de uma estátua atrás de uma das balizas de São Januário, o ex-camisa 11 foi perseguido durante os 90 minutos. Ecoaram por diversas vezes os gritos de: \"Au, au, au, estátua pro Animal. Ão, ão, ão, derruba a do anão\".
A rivalidade com o Flamengo não foi esquecida. Principal rival do Vasco, o clube da Gávea foi provocado em diversos cânticos. Mas poucos vascaínos sabiam que um defensor do Rubro-Negro estava presente: o ex-jogador Djalminha. Amigo de Edmundo, ele se disfarçou usando um capuz para não ser reconhecido pelos fanáticos cruzmaltinos.
Enquanto acelerava o passo ao passar pela social de São Januário, Djalminha atendeu rapidamente a reportagem do UOL Esporte. \"Não dá para falar muito e tenho que passar rápido por aqui. Afinal, não estou em casa. Preciso dar uma disfarçada só para garantir que tudo fique bem [risos]\", afirmou.
PM OVACIONADO NO INTERVALO
E os episódios curiosos continuaram. Um policial militar foi aplaudido fervorosamente em um trecho da arquibancada. Fato incomum, já que torcedores e policiais costumam não ter uma relação das mais amistosas. Quando Edmundo atirou a camisa para a torcida, no intervalo, uma confusão começou entre três vascaínos.
Nenhum queria largar a camisa e desceram disputando a peça até o último degrau da arquibancada. O policial militar separou a confusão e entregou a camisa para uma criança especial que estava observando a situação nas costas do pai. A atitude levou ao delírio todos que acompanhavam a cena.
Por fim, Edmundo concedeu a sua última entrevista coletiva como jogador profissional, foi aplaudido e deixou São Januário para comemorar com amigos e familiares. Os torcedores vibraram como um título por assistir ao ídolo mais uma vez. Acostumado com histórias e polêmicas, a despedida de Edmundo foi do jeito que ele esperava. Dentro e fora das quatro linhas, não faltaram fatos para ilustrá-la.
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