Imprensa

Para jornalista, defesas ajudam a tirar os zeros do placar no clássico

Só as péssimas atuações das defesas de Flamengo e Vasco explicam o clássico não ter terminado sem gols. Não, não foram zagueiros que foram à frente para decidir em cruzamentos. Foram as furadas, passes errados, e mau posicionamento que permitiram aos ataques assinalar os dois gols do empate entre os times cariocas.

Ressalte-se que não foram os zagueiros os únicos a errar na partida no Mané Garrincha. Todos os jogadores em campo acumularam, quase de forma igual, falhas de todos os tipos, em uma demonstração da fragilidade técnica das duas equipes. Em resumo, o jogo foi tão ruim quando o do primeiro turno entre os dois times.

De início, foi o Vasco que se destacou com mais erros, destaque absoluto para o zagueiro Cris. Ele já vinha ensaiando dar vantagem para a equipe rubro-negra antes de ter participação decisiva no gol do adversário.

Quando Elias lançou, Cris furou e deixou Paulinho livre na linha de fundo. Ele teve espaço para se ajeitar e cruzar rasteiro. Os colegas de defesa de Cris também contribuíram: Jormar e Diogo Silva ficaram olhando a bola passar, Fágner deixou Hernane livre para marca.

Os zagueiros vascaínos até proporcionaram mais chances, principalmente ao armar contra-ataques dos rivais, mas os rubro-negros não souberam aproveitar os presentes. Parecia, até ali, que se repetiria o cenário do primeiro turno em que um jogo de nível fraco resultou na vitória do Flamengo em um gol solitário.

Do lado rubro-negro, o protagonista das falhas foi Wallace, que merecia a expulsão por botar a mão na bola e uma mão na cara do adversário. Mas o juiz Ricardo Marques estava decidido a acabar o jogo sem expulsões, pênaltis e um mínimo de amarelos. Por isso, o zagueiro rubro-negro continuou em campo até o final, mesmo com outra mão na bola no segundo tempo. Era um árbitro do nível da partida.

Com sangue mais jovem, com a saída de Juninho em tarde ruim, o Vasco passou a ter mais força física no meio de campo. Em um jogo de pouca técnica, era o físico que decidia a balança da partida que passou a pender em favor do lado cruzmaltino. E o arfante André Santos dava aos vascaínos mais força na disputa no meio.

Foi o suficiente para a zaga rubro-negra se complicar, como fizera a vascaína no primeiro tempo. João Paulo deu todo o espaço que lhe era possível conceder a Willie para que ele marcasse o gol de empate para o Vasco, entre as pernas de Paulo Victor.

A partir daí, foi duro de assistir ao clássico. Uma série de chutões, bolas perdidas e passes errados ilustravam a partida. Para sair gol neste momento, só se houvesse nova falha gritante dos zagueiros ou um lance casual.

Ao sair do jogo, o volante Pedro Ken afirmou que seu time “fez um bom jogo”. Resta saber qual o parâmetro dele.

Fonte: Blog do Rodrigo Mattos - UOL Esportes