Futebol

Padre Lino critica diretoria e desabafa sobre momento do Vasco

Quando tudo parece estar perdido, até os mais céticos apelam para a fé. A um passo do rebaixamento, o Vasco precisa mais do que nunca da oração dos seus jogadores e torcedores. Pelo menos para os que estão dentro de campo, a crença evangélica parece ser a predileta.

No dia em que Mateus e Madson oraram dentro de São Januário ao lado de um pastor, Padre Lino fez um desabafo sobre o que ele considera um boicote da administração Roberto Dinamite. Sacerdote há mais de 20 anos e sócio vascaíno há 30, ele revela que tem uma oração que já teve resultados este ano.

LANCE!NET - Padre Lino, como você está encarando o atual momento do Vasco? Você chegou a dizer que estava faltando fé ao time. Isso mudou?

Padre Lino - Estou magoado. Eu reuni 30 padres para que pudéssemos nos reunir com os jogadores, gostaríamos de abençoar o time. Entretanto, me disseram que isso não seria bom. Estou muito triste porque eu gostaria de ajudar.

LNET! - Por que você que isso está acontecendo?

Padre Lino - Parece que as pessoas não gostam do que vem da antiga administração. O vice de patrimônio (Luso Soares da Costa) chegou a articular a minha saída. Ele colocou um seminarista para me substituir. Mas não sei se por ignorância, Luso parece não saber que um seminarista não poderia ser capelão. O que me deixa triste é que as pessoas não falam comigo. Gostaria de saber o que eu fiz de errado. Na festa por conta do aniversário do clube, conversei com o presidente Roberto Dinamite para saber se ele gostaria que eu continuasse no Vasco. Ele disse que sim. Mas, depois disso, não aconteceu mais nada.

LNET! - Você se sente desprestigiado com a presença de pastores no clube?

Padre Lino - Parece que os evangélicos estão ganhando o espaço dentro do Vasco ao passo em que não estão dando chance para os católicos. Não é um confronto entre religiões, o problema é que estão dando espaço para os evangélicos e eu não quero perder o meu. É como dizem, cada um no seu quadrado. Eu quero ajudar também.

LNET! - Você acredita que a grande quantidade de jogadores evangélicos pode estar influenciando no pouco espaço que você tem tido?

Padre Lino - Isso nunca aconteceu. Na antiga diretoria, o presidente Eurico Miranda dizia que o time estava precisando da ajuda da Nossa Senhora das Vitórias e levava os jogadores para a capela. Iam os católicos e os evangélicos também, tudo tranqüilamente.

LNET! - Mesmo magoado, você aceitaria a visita de jogadores na Capela?

Padre Lino - Claro que sim. Se for preciso, eu farei duas, três missas por dia. O Vasco é um clube católico, traz a cruz de Cristo no peito, mas não me incomoda abrirem as portas para as outras religiões, só peço para não fecharem as portas para mim. A gente sabe que deixaram o Vasco chegar a esse ponto há muito tempo.

LNET! - Você acredita que a realização de promessas neste momento pode ajudar?

Padre Lino - Eu não sou muito de promessas, dessa relação de troca com o santo. Eu acho que todo vascaíno tem que pedir a Deus, tem que orar, ter pensamento positivo. Eu recebi a visita de Eduardo Paes durante a campanha para prefeito. Ele estava ameaçado pelo Gabeira. Eu dei para ele uma oração que se encaixa muito bem com o momento do Vasco e Graças a Deus, ele venceu. Agora, sempre que o Eduardo Paes me encontra ele repete a oração.

LNET! - Você poderia nos dizer qual é?

Padre Lino - Claro que sim. Eu gostaria que a torcida a cantasse em São Januário, para dar força ao time. O trecho principal é assim:

\"Aquilo que parecia ser impossível
Aquilo que parecia ser a minha morte
Mas Jesus mudou a minha sorte
Sou um milagre
Estou aqui\"

Fonte: Lancepress