Os pendurados de Corinthians e Vasco para o duelo desta quarta (17)
Duas torcidas de massa, entre as maiores e mais intensas do país, que passaram o ano alternando entre apreensão e otimismo. As trajetórias de Vasco e Corinthians, que abrem hoje, às 21h30, a final da Copa do Brasil, são tão próximas quanto as posições nas quais terminaram o Campeonato Brasileiro: 14º e 13º, respectivamente. A Neo Química Arena é o primeiro palco de um “mundo à parte” em que as oscilações ficaram de lado e só os próximos 180 minutos interessam pelo sonhado troféu e por uma vaga na Libertadores de 2026.
Os caminhos espinhosos que cariocas e paulistas percorreram guardam outras semelhanças, como a troca de treinadores ainda na primeira metade da temporada: Fábio Carille deu lugar a Fernando Diniz em São Januário, enquanto Dorival Júnior substituiu Ramón Díaz no Parque São Jorge. Últimos técnicos da seleção brasileira antes de Carlo Ancelotti, Diniz e Dorival foram anunciados pelos finalistas num intervalo de 11 dias. O primeiro, no início de maio, e o segundo, no fim de abril. Encontraram cenários parecidos: clubes combalidos financeiramente, com elencos desequilibrados e três competições em disputa.
Fora de campo, o cenário dos clubes foi um pouco diferente. Após um 2024 turbulento, a diretoria do Vasco conseguiu certa estabilidade. Em meio a um processo de recuperação judicial importantíssimo para o futuro do clube, deu todo o respaldo possível a Diniz, principalmente na figura do presidente Pedrinho, amigo e admirador do técnico. O diretor de futebol Admar Lopes, que chegou pouco depois, fez o possível para entregar peças de que o elenco carecia.
Não à toa, o Vasco chega à decisão com cinco titulares oriundos da última janela de transferências: a dupla de zaga Carlos Cuesta e Robert Renan, os volantes Barros e Thiago Mendes e o atacante Andrés Gómez.
Por algumas semanas, o Vasco foi uma das sensações do Brasileirão. Em outubro, venceu quatro jogos seguidos. Mas a irregularidade e a queda de confiança vieram logo depois, numa outra sequência, desta vez de cinco derrotas consecutivas, que chegou a deixar o time ameaçado de rebaixamento.
Entre os bons e maus momentos, a Copa do Brasil seguiu sendo o palco de um cruz-maltino mais competitivo, que eliminou os rivais Botafogo e Fluminense, claros favoritos nas quartas de final e na semi.
Corinthians tenta se blindar
A competição também foi o porto seguro do Corinthians, que passou boa parte do ano tentando blindar o futebol, capitaneado por Fabinho Soldado, enquanto o clube vivia uma série de escândalos que chegaram às páginas policiais e culminaram no impeachment do antigo presidente, Augusto Melo.
— Vou ser bem sincero. As dificuldades que passamos neste ano eu não havia passado em clube algum — admitiu Dorival, em novembro. Sob seu comando, o time passou, entre outros adversários, pelo rival Palmeiras e pelo Cruzeiro, ambos favoritos.
Por lá, Vitinho foi o único reforço da janela, enquanto um problema atormentou o elenco por boa parte da temporada: as lesões. Para se ter uma ideia, Dorival só conseguiu escalar seu trio ofensivo principal como titular em julho (no Brasileirão, em outubro): o meia Rodrigo Garro e a dupla de ataque Yuri Alberto e Memphis. Os dois últimos, inclusive, foram poupados do treino de ontem, mas devem jogar.
Base que agrega
Assim como o Vasco, o Corinthians viveu flertes com as metades de cima e de baixo da tabela, mas correu menos riscos. No melhor momento do ano, venceu três seguidas entre outubro e novembro. Por outro lado, não perdeu mais de duas consecutivas.
A solução na base é outro detalhe que une as campanhas dos finalistas. Na necessidade, Dorival encontrou Gui Negão, jovem de 18 anos que entregou cinco gols e duas assistências na temporada. Em São Januário, Rayan, de 19, deslanchou e virou a maior revelação do futebol brasileiro. Soma 20 gols e uma assistência.
Para a partida de hoje, o Corinthians tem oito pendurados: Hugo Souza, Matheuzinho, Gustavo Henrique, André Ramalho, Maycon, Breno Bidon e Garro. Já o Vasco tem apenas Vegetti e Lucas Piton (fora da partida por lesão) ameaçados de suspensão.
Fonte: Extra Online