Os motivos que levam a cifras tão altas na negociação de Benítez
O Independiente aguarda uma definição sobre as eleições vascaínas nesta quinta-feira para avançar com as negociações pelo meia Martín Benítez, emprestado ao Cruz-Maltino até o fim de 2020. Os argentinos pedem 4 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de reais) por 60% dos direitos econômicos do jogador, um verdadeiro desafio financeiro para os combalidos cofres do clube. Com os números em mãos, O GLOBO avaliou alguns dos motivos que levam a cifras tão altas na negociação pelo argentino.
Quando foi emprestado ao Vasco, no fim de fevereiro, Benítez chegou a ser avaliado a 3,5 milhões de euros (cerca de 16 milhões de reais, na cotação da época) pelo site Transfermarkt, referência em análise mercadológica no futebol. Revelado na base do Independiente, o meia era um dos principais nomes da equipe nos últimos anos.
Alta do dólar
Os argentinos costumam negociar em dólar no futebol, e a transação com o Vasco não foi diferente. A valorização da moeda americana em relação ao real ao longo do ano provocou o aumento do custo de uma possível transferência em definitivo. Em fevereiro, a compra do jogador sairia a cerca de R$ 17 milhões, em valores convertidos. Os três milhões a mais são o equivalente a quase uma folha salarial mensal inteira do Cruz-Maltino.
Oportunidade de mercado
Benítez soma apenas dois gols e duas assistências em Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana. Então por que o Vasco faz tanta questão de contar com o jogador? A resposta pode ser encontrada na observação do mercado brasileiro. São raros — e caros — os jogadores com as características do argentino: a facilidade em carregar a bola, o drible curto e a criatividade em campo. O Independiente exergou muito bem essa oportunidade e não só fixou o passe a um valor alto, como não aceita receber menos que as cifras determinadas.
Crise financeira
Para além da pandemia do novo coronavírus, que impactou os cofres dos clubes ao redor do mundo, o Independiente já vivia uma pesada crise financeira, tal qual a própria Argentina. O clube, que já chegou a atrasar salários, vem adotando a estratégia de fazer caixa com a venda de jogadores, o que acaba acarretando em pedidas altas. Em agosto deste ano, por exemplo, vendeu o atacante Cecilio Domínguez, um dos destaques da equipe, ao Austin FC (EUA) pelo mesmo preço de Benítez.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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