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Os bastidores da busca frustrada do Vasco por um zagueiro no mercado

No dia 10 de julho, quando a janela de transferências abriu no Brasil, a prioridade do Vasco era a contratação de um zagueiro. Em aproximadamente dois meses, o clube fechou com seis reforços, todos do meio de campo para a frente. A janela foi encerrada nesta segunda, dia 2 de setembro, sem que nenhum jogador chegasse para a posição. O que houve?

O último alvo da diretoria foi Ian Glavinovich, zagueiro do Newell's Old Boys, da Argentina. Numa negociação apressada, os clubes chegaram a um acordo faltando poucas horas para o fim do período de inscrições, mas as documentações não foram enviadas a tempo. O Newell's diz que a culpa foi do Vasco, que internamente acredita que as exigências feitas de última hora pelos argentinos melaram a negociação.

Com o encerramento da janela, o Vasco seguirá no mercado em busca de um ou mais reforços para o setor, mas a partir de agora só poderá contratar jogadores que estão sem contrato. As opções disponíveis no elenco para a posição são João Victor, Maicon, Léo, Rojas e os jovens Lyncon e Luiz Gustavo, da base.

Clube buscou vários nomes

Quando a janela de transferências abriu, João Victor, o principal zagueiro do elenco, estava se recuperando de lesão. Léo e Maicon já eram jogadores questionados com frequência, e Rojas vinha recebendo poucas oportunidades - o clube tentou negociar o paraguaio nesse período, mas não teve sucesso.

Por isso, a busca por um zagueiro era prioridade. O clube elaborou uma lista com diversas opções dentro de um mesmo perfil: um jogador experiente, que chegaria para ser o xerife da defesa. Inicialmente essa característica era inegociável para a diretoria. As contratações são responsabilidade do executivo de futebol Marcelo Sant'Anna, mas o presidente Pedrinho e o diretor Felipe são muito ativos nesse sentido.

Pepe, ex-Real Madrid que na ocasião disputava a Eurocopa com a seleção de Portugal, foi um dos primeiros alvos do Vasco, mas o luso-brasileiro de 41 anos informou que não tinha interesse em retornar para o Brasil. No mês passado, ele anunciou sua aposentadoria do futebol.

Outros jogadores pelos quais o clube formalizou interesse foram Maurício Lemos (Atlético-MG), Rafael Tolói (Atalanta), Adryelson (Lyon) e Mina (Cagliari). A diretoria também abriu negociações com Luan Peres, do Fenerbahçe, mas considerou alta a pedida salarial do jogador e encerrou as conversas - por fim, ele foi contratado pelo Santos.

A questão financeira foi o motivo de algumas negativas no mercado: a folha salarial foi aliviada em mais de R$ 1 milhão com a saída de jogadores, mas o clube não tem condição de pagar altos valores pelas transferências e precisou esticar a corda para acertar as contratações de Jean David e Maxime Dominguez, por exemplo.

Mudança de perfil

Apesar da dificuldade para contratar, o Vasco insistiu por muito tempo no perfil do zagueiro experiente e colecionou frustrações na janela. Internamente, há quem acredite que o clube demorou para mudar a chave.

O plano A da direção do Vasco para a defesa se enquadrava neste perfil com rodagem e que chegasse para resolver — o ge apurou que se tratava de um defensor brasileiro que está empregado na Europa, mas que não vinha sendo escalado nesta temporada. A negociação não era simples e não se concretizou.

No meio do caminho, Witor Bastos, chefe de scout do Vasco, aceitou proposta do Athletico e encerrou sua passagem pelo clube depois de dois anos e meio. Houve debates para avaliar os rumos nas quatro semanas restantes de mercado, e só a partir daí foi que a diretoria alterou os filtros e passou a considerar a contratação de um zagueiro mais jovem.

A lesão de Adson também obrigou o clube a dividir esforços. Maxime Dominguez já havia sido mapeado, mas a sua contratação subiu alguns degraus de prioridade depois que o atacante optou pela cirurgia para tratar das dores na perna - ele dificilmente volta a atuar nesta temporada.

Fonte: ge