Opinião: Volta do Romário é interessante. Mas... para quem?
Quem assistiu aos jogos (ou mesmo parte deles) de Romário na Austrália percebeu. Não existe a menor condição de o Baixinho defender, com nível aceitável, um time grande e competitivo como o Vasco em 2007. Já foi duro para ele conseguir jogar na Austrália (um mísero golzinho em quatro jogos, além de substituições por mau rendimento). A liga australiana nem é reconhecida como profissional pela Fifa (mas está reconhecida, é claro, para a contabilidade de gols do Baixinho...).
Não adianta: o tal do gol mil vai sair nem que seja na marra. Não podemos ser mal-humorados: o assunto é interessante e divertido demais, como quase tudo o que envolve o Baixinho. Duro é para um torcedor apaixonado, que sonha com um Vasco campeão (e não um Vasco divertido), ver o seu time envolvido nisso!
Não tenho procuração para falar em nome de ninguém, muito menos em nome de uma nação como a vascaína, mas deve estar duro de engolir mais essa. Fosse Romário um ídolo de imagem imaculada no clube, como o próprio Roberto na Colina ou um Zico no Flamengo, e seria até mais fácil de aceitar a homenagem (não encontro termo mais apropriado). Mas Romário, como sabemos, que já defendeu Flamengo e Fluminense, não é exatamente uma unanimidade na galera de São Januário. Parte da grandeza do Baixinho está justamente nas controvérsias e contradições que sempre despertou.
O leitor pode argumentar que em 2005 (há apenas um ano e meio, portanto) Romário foi artilheiro do Brasileiro. Sim... E o Vasco lutou para não cair. Em 2006, sem o Baixinho, quase beliscou a Libertadores (uma amarelada das grandes, diga-se, mas pelo menos chegou.)
Nada contra o Romário, hein! Peço até que leitor se coloque no lugar dele, fazendo um exercício de imaginação. Se lhe oferecessem 62.500 dólares por jogo, para morar na belíssima Austrália, você não iria correndo? Romário também foi....
Se oferecessem a chance de vestir a camisa 11 do Vasco, com várias mordomias, para jogar aos domingos, no Maracanã (no Maracanã!), vocês também não aceitaram? De repente, até pagariam por isso. Romário vai até receber.
O grande Baixinho não é culpado de nada. Está se divertindo, como sempre. Não fosse o Vasco e seria um Íbis da vida o clube pelo qual arrancaria o milésimo gol. Mas é o Vasco...
Sua volta ao futebol brasileiro é sem dúvida nenhuma muito interessante. Resta saber a quem interessa. Para mim, como jornalista, é sensacional. Torcedor não quer ver seu clube interessante. Quer ver seu time campeão.
PS: Só faltam 10 gols para Roberto Dinamite atingir a marca de 200 em Campeonatos Brasileiros. Se ele não fosse desafeto do Eurico...
- SuperVasco