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Opinião: Venceu o melhor do Rio

O Botafogo está na final da Taça Rio. Depois de um jogo emocionante, um dos melhores do ano, e de um enlouquecedor 4 a 4 no tempo normal, os alvinegros foram mais frios na disputa de pênaltis. E, mais uma vez, o Vasco foi mal – como contra o Flamengo na semifinal da Taça Guanabara – e perdeu a vaga na decisão do turno. Com a bola rolando, Luciano Almeida, Zé Roberto, Dodô e Lucio Flavio, tudo no primeiro tempo, marcaram para o Botafogo. Renato, Abedi e Jorge Luiz, na primeira etapa, e Alan Kardec, destaque vascaíno na Taça São Paulo, na segunda, levaram a decisão para a loteria. Loteria? Nem tanto. Para Morais e Dudar, faltou competência. Para o Botafogo sobrou eficiência, e Luciano Almeida converteu a última cobrança.

O Botafogo veio com o mesmo esquema de sempre, mas com Leandro Guerreiro na vaga de Diguinho. O Vasco entrou com um 3-6-1, que deu certo no Brasileiro passado. Mas com Romário isolado, faltou uma referência lá na frente.

A partida foi ditada pela correria. Um ritmo muito forte, mantido durante os 90 minutos. Logo no primeiro minuto, Júlio César saiu precipitadamente numa bola que já estava sendo disputada por Juninho. O zagueiro rebateu mal e Renato, de primeira, bateu para o gol vazio. Aos três, o mesmo Renato pegou a sobra no meio e lançou Abedi, que fez o segundo. A partir daí, a bobeira inicial da zaga botafoguense se transformou num apagão aéreo por parte da defesa do Vasco. Aos quatro minutos, Lucio Flavio cobrou escanteio curto, recebeu de Zé Roberto e jogou na cabeça de Luciano Almeida. O mesmo Luciano cruzou para Zé Roberto empatar. Mesmo dominado, o Vasco passou à frente novamente com Jorge Luiz, que tentou cruzar para Romário, mas a bola entrou direto. E o gol mil nunca esteve tão perto. Então, os amotinados zagueiros vascaínos, em mais um apagão, levaram o gol de empate em jogada idêntica ao do primeiro, mas com conclusão de Dodô. No fim do primeiro tempo, Lucio Flavio, de falta, virou.

O segundo tempo continuou movimentado, porém, mais nervoso. Túlio foi expulso após chamar o árbitro de louco – fato que ele admitiu ao sair de campo. Então Renato mudou o esquema. Tirou o zagueiro Julio Santos e colocou o atacante André Dias. Mas, este também levou cartão vermelho pouco tempo depois. Deu um carrinho por trás, de forma imprudente. Merecido ou não, faltou malandragem. E critério para Fábio Calábria, que deveria ter expulsado o Dodô em lance semelhante. Calábria errou também ao não marcar pênalti de Cássio em Dodô. Então, corajosamente, e precisando atacar, Renato colocou o menino Alan Kardec, que fez ótima Taça São Paulo. E ele, de cabeça, levou a decisão para os pênaltis. E ali, da marca da cal, novo apagão vascaíno. Morais bateu em cima de Júlio César e Dudar, um dos controladores da avoada defesa cruzmaltina, que já havia perdido contra o Flamengo na semifinal da Taça Guanabara, bateu para fora. O único a converter foi Roberto Lopes. Então, Dodô, Juninho, Juca e Luciano Almeida mostraram competência e garantiram a vaga.

O adversário na decisão sai amanhã, da partida entre Volta Redonda e Cabofriense. O Flamengo está esperando, e o Botafogo está louco pelo bi.

Botafogo: Júlio César, Joílson, Juninho, Alex e Luciano Almeida; Leandro Guerreiro, Túlio, Lucio Flavio (Diguinho) e Zé Roberto; Jorge Henrique (Juca) e Dodô.

Vasco: Cássio, Jorge Luiz, Dudar e Júlio Santos (André Dias); Abedi, Roberto Lopes, Coutinho (Conca), Guilherme (Alan Kardec), Morais e Renato; Romário.

E, como sempre, digo e repito: o Botafogo merece estar na final. Até porque é melhor do que aquele que venceu.

Fonte: Blog de Lédio Carmona