Opinião: As contratações de 2008 que viraram micos
Vasco
Abubakar
Ídolo do Vasco no final dos anos 80 e início dos 90, Bismarck indicou a contratação do nigeriano, de 19 anos. Até agora, sua passagem é nula. Ainda sem visto de trabalho, o atacante - que passou por River Plate e Inter - não pôde sequer estrear, apesar de alguns bons treinos. A esperança para evitar uma nova dispensa, como aconteceu no Inter, é a tradição de Antônio Lopes de lançar novatos.
Villanueva
O chileno de 26 anos chegou em dezembro com a expectativa de repetir o bom desempenho do argentino Conca, que o indicou. Mas a torcida segue esperando. Com passagens por clubes chilenos (como Universid Católica) e Racing-ARG, o atacante teve chance como titular logo no primeiro jogo no ano (contra o Hamburgo-ALE, pelo Torneio de Dubai). Mas não agradou e só entrou em campo mais duas vezes, vindo do banco. Após a saída do treinador Romário, enfrentou a desconfiança de Alfredo Sampaio, que sequer o relacionava para a reserva. O chileno agora tem até dezembro, quando termina seu contrato, para provar a Lopes quer merece uma nova chance.
Corinthians
Acosta
Depois de ser o vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro do ano passado, com 19 gols, o uruguaio Acosta foi contratado a peso de ouro pelo Corinthians. Mas o bom futebol da época de Náutico não veio junto. Em baixa, ele "culpou" o número da camisa (10) e agora quer voltar a jogar com o 25.
Valença
Contratado do Náutico, o zagueiro irritou a diretoria logo que chegou ao clube, já que seu acerto vazou antes do esperado. Machucado, não foi aproveitado sequer uma vez pelo técnico Mano Menezes. Seu contrato vence em maio.
Alessandro
O lateral-direito era titular absoluto, mas sofreu lesão muscular e desde então está afastado. Chegou a voltar aos treinos com bola, mas sentiu outra lesão. O departamento médico do clube do Parque São Jorge lamenta e nega que tenha saído fora dos padrões de recuperação.
Santos
Sebastián Pinto
O atacante chileno chegou à Vila Belmiro em janeiro, acima do peso, passou um mês apenas treinando e, quando começou a ganhar chance, mostrou que não tem muita intimidade com a bola. Perdeu gols incríveis e nem o que marcou contra o Corinthians limpou sua barra com Leão. Alegando ser perseguido pelo treinador, pediu para ir embora no dia 3 de abril. Não vai deixar saudade.
São Paulo
Juninho
Foi contratado ao Botafogo para jogar na sobra, no lugar de Breno, vendido para a Alemanha. O jogador se machucou duas vezes e não parece ter se adaptado ao esquema de Muricy Ramalho, que tem improvisado para resolver o problema. Sobrou até para o volante Zé Luís compor a zaga ao lado de André Dias e Miranda. Com o retorno de Alex Silva, vai ficar difícil ver Juninho em campo novamente.
Fábio Santos
Quando foi anunciado, muita gente torceu o nariz. Afinal, o volante tem uma mancha na carreira: foi preso em 2004, quando defendia o São Caetano, às vésperas da decisão do Paulistão, diante do Paulista. Motivo? Briga feia com a mulher. Depois que deixou a delegacia, ele ainda tentou acertar uns sopapos nos jornalistas. No São Paulo, arrumou confusão, brigou com Carlos Alberto e abandonou a concentração. Foi multado e suspenso por 29 dias, mas reintegrado não muito depois.
Carlos Alberto
Veio do Werder Bremen com hipotireodismo e deveria se resguardar para se recuperar mais depressa, mas não abriu mão das baladas. Cortou o pé em uma delas, chegou atrasado em treinos e não perdeu peso. Resultado: não pôde ser aproveitado como o São Paulo precisava e foi suspenso por 15 dias. Antes do fim do prazo, o presidente Juvenal Juvêncio decidiu que o jogador não atua mais pelo Tricolor.
Palmeiras
Time que melhor contratou entre os grandes de São Paulo, o Palmeiras, do técnico Vanderlei Luxemburgo, não tem nenhum mico neste início de 2008.
Botafogo
Escalada
Contratado com fama de artilheiro, o atacante argentino causou desconfiança em torcedores logo ao pisar em solo brasileiro. Chegou descabelado e aparentando estar vários quilos acima do peso. Só entrou em campo duas vezes e não balançou a rede. No fim de março, foi dispensado para acertar sua transferência para a China, mas retornou para a Argentina, no Gimnasia Jujuy, da Primeira Divisão.
Marcelinho
Apesar de ter recomendado a contratação do meia-atacante à diretoria do Botafogo, o treinador Cuca ainda não parece convencido de que o jogador está preparado para ser uma peça importante. Encarado pelo treinador como opção para o meio, embora tenha atuado como atacante no Vasco, Marcelinho é a terceira alternativa de Cuca para a função de meia ofensivo, atrás de Abedi e Adriano Felício. Tem contrato de dois anos, mas os primeiros meses não foram animadores.
Flamengo
Gavilán
A diretoria apostou que a experiência do meia paraguaio poderia ser importante na Libertadores, mesmo com uma artrose no joelho. Ele assinou um contrato de risco, mas atuou só em quatro jogos (dois como titular) e reclamou publicamente de Joel Santana. Seu contrato terminou em 23 de abril e foi prorrogado até julho, como cortesia da diretoria pelo empenho nos treinos.
Fluminense
Gustavo Nery
Desde 2006, quando perdeu a vaga no Mundial para Gilberto na última lista de Parreira, o lateral vive uma queda livre na carreira. Foi liberado pelo Corinthians para o Zaragoza e não agradou; voltou ao Parque São Jorge e também não rendeu. Recebeu uma chance no Fluminense, começou a temporada como titular, mas decepcionou outra vez. Pediu rescisão do contrato em abril e foi prontamente atendido pela diretoria