Opinião: Vasco x Botafogo é a final sonhada pela FERJ
No penúltimo parágrafo do post sobre os erros de arbitragem que prejudicaram o Vasco contra o Flamengo nos últimos anos, este que escreve registrou: "A não expulsão de Jonas é um equívoco que pode não ter o peso dos demais. Mas também corre o risco de separar o Vasco de mais uma disputa de título. Se "o respeito voltou", cabe questionar a comissão de arbitragem da FERJ (COAF). Mas buscando soluções, sem pressão para tentar um favorecimento no próximo domingo."
Agora, humildemente admite a ingenuidade. Não é possível esperar algo diferente de quem age da mesma forma há mais de três décadas. Eurico Miranda pressionou com uma nota oficial durante a semana que não cobrava um trabalho correto da arbitragem, só dizia que o Vasco não seria prejudicado.
Acabou beneficiado no clássico decisivo. A falta de Christiano sobre Anderson Pico no primeiro tempo foi mais desleal que a de Jonas em Gilberto na primeira partida da semifinal. O lateral esquerdo cruzmaltino chuta a bola e, ao ver a aproximação do adversário, deixa o pé no alto nitidamente na maldade. Pior: pelas costas, covardemente. Lance para vermelho direto.
Jogo novamente fraquíssimo técnica e taticamente, muito pela "ajuda" do árbitro Rodrigo Nunes de Sá. Qualquer choque era falta. 51 no total. Disputa picotada, mas com receio de apresentar muitos cartões que "pendurariam" a arbitragem.
Na segunda etapa, o erro crucial e decisivo: Wallace não faz falta em Serginho, o choque foi absolutamente natural dentro da área rubro-negro. Mas o apitador viu pênalti que Gilberto converteu e resolveu a semifinal.
Há, porém, um outro lado na vitória vascaína: a pífia apresentação coletiva do Flamengo. Vanderlei Luxemburgo teve uma semana para preparar a equipe e o que se viu foi mais do mesmo: time postado para os contragolpes resumidos a chutões, e não passes longos, para Cirino. Jonas afobado, Márcio Araújo pluripatético, errando passes de dois metros, como no lance que originou o contra-ataque do pênalti.
Sim, faltou Canteros, o articulador rubro-negro. Mas passar noventa minutos sem uma jogada preparada, vivendo apenas de alguns lampejos de Everton e depois bolas levantadas no final foi muito pouco para o time superior no papel, de melhor campanha e com a tranqüilidade da vantagem do empate.
O Vasco teve iniciativa para atacar no início, forçando pela direita com Madson e Julio dos Santos e abusando das jogadas aéreas. Também inteligência e solidez defensiva para resistir à pressão descoordenada do rival. Quando a última linha da retaguarda foi superada, Martin Silva apareceu para salvar. Ofensivamente o time deixa a desejar. Não fosse o pênalti e talvez, mesmo superior, não conseguisse acabar com a invencibilidade de 11 jogos contra o arquirrival.
No sábado, o Botafogo também teve seus méritos. René Simões deu consistência ao meio-campo escalando Fernandes no meio ao lado de Willian Arão e trocando Jobson por Pimpão na frente. No segundo tempo, time extenuado além do razoável. Difícil entender o planejamento da preparação física, já que René trocou peças para oxigenar o time, que nem viajou para enfrentar o Botafogo da Paraíba e se arrastou nos últimos minutos - a ponto de Bill bater o seu pênalti na decisão mancando por câimbras.
No entanto, o Fluminense vacilou na péssima formação inicial com Vinicius como "falso nove". O time acostumado com uma referência na frente perdeu todo o sincronismo do ataque sem Fred e levou um passeio até Bill marcar o segundo em belo passe de Gilberto. Com a correção de Drubscky centralizando Kenedy, disputa equilibrada. Mas faltou "punch", contundência para matar o confronto nos últimos vinte minutos da segunda etapa com o Botafogo se arrastando. Nos pênaltis, os garotos sentiram a responsabilidade e Cavalieri simplesmente não sabe cobrar. Renan acertou e definiu.
Porém não há como deixar de citar a suspensão de Fred sem direito a recurso, enquanto os jogadores de Flamengo e Vasco expulsos ainda no jogo da primeira fase sequer foram julgados. Mais a mudança repentina no mando de campo do Botafogo para o Engenhão e o impedimento de Fernandes no primeiro gol criam um cenário em que é difícil falar do que aconteceu apenas no campo.
Culpa da FERJ, que devia se posicionar como mediadora, mas escolhe lado e define aliados e adversários, o que na prática avaliza qualquer suspeita, de qualquer lado. O presidente Rubens Lopes deve estar sorrindo com os clubes que apóiam a arcaica estrutura federativa na decisão do Estadual. Final dos sonhos.
A dupla Fla-Flu tem todos os motivos para se sentir parte lesada nessa briga política, protestar e consolidar o rompimento com a Federação. Mas, pensando no futuro com Brasileiro e Copa do Brasil, é preciso reconhecer que falaram muito e jogaram pouco, quase nada quando foi preciso.
Fonte: ESPN.com.br
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