Opinião: "Vasco precisa acertar mais nas contratações para não ter sustos"
O mesmo Vasco que foi preciso nas contratações de Cano, artilheiro do time na temporada, e de Benítez, autor de um golaço de bicicleta na goleada que o time sofreu para o Atlético-MG no Mineirão, errou na pontaria dos outros cinco reforços contratados em 2020. Um percentual de acerto de 28% que precisa ser melhorado quando a diretoria fechar a desejada vinda de mais três reforços para o restante do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-Americana. Porque as soluções caseiras já parecem esgotadas.
O Vasco que entrou em campo contra o Galo tinha praticamente todas as armas à disposição, com exceção de Juninho, garoto promissor que melhora o time quando entra, mas que sofrerá de injustiça caso receba a responsabilidade de, sozinho, mudar o cenário da água para o vinho.
Esse elenco praticamente completo, depois de uma semana cheia para descanso, recondicionamento físico e treinos com bola, foi superado pelo rival mineiro tanto em termos técnicos quanto na intensidade do jogo. Não era um adversário qualquer, mas tambem não era para o Vasco, que começou a rodada em quinto lugar, ser um obstáculo qualquer para o Atlético. Foi o que aconteceu.
Não há mais garotos da base prontos para serem puxados para o profissional e fazer isso, a essa altura, seria correr o risco de queimar uma promessa. Todos os possíveis já foram utilizados. Uns deram mais resposta, outros não. Miranda teve sua primeira atuação em que foi amplamente dominado pelo ataque adversário. Acontece, faz parte da vida de zagueiro. Mas será melhor que não aconteça tanto. Vinícius, que já mostrou seu valor neste Brasileiro entrando no segundo tempo, ainda deve uma boa atuação como titular. Tanto que foi sacado por Ramon ainda no primeiro tempo no Mineirão.
Quanto aos reforços, tirando Cano e Benítez, nenhum deles se firmou. Guilherme Parede, com passagem pelo Internacional e bons números no Campeonato Argentino pré-pandemia, deu sinais de que poderia mostrar mais do que mostrou até agora. No mais, não há surpresas.
Jogadores brasileiros que deixam o futebol do país para se aventurarem precocemente na Europa são muitos, como Neto Borges e Carlinhos, e o retorno ao Brasil, ainda na casa dos 20 e poucos anos, é geralmente preocupante. Neto Borges, mesmo com a opção de Ramon Menezes de liberar Henrique da função de terceiro zagueiro, seguiu na reserva. Carlinhos, depois de especulações de que estaria insatisfeito no banco, foi titular e não fez por merecer a oportunidade. Também foi sacado ainda no primeiro tempo, o que, no futebol, é muito vezes visto como queimação para o jogador.
Sobram Marcelo Alves e Ygor Catatau, zagueiro e atacante que vieram do Madureira. Marcelo não convenceu quando jogou. Catatau mostrou personalidade inegável, mas pouca constância para ajudar.
Agora o Vasco flerta intensamente com Latif Blessing, ganês que é destaque nos Estados Unidos, e Valencia, astro veterano do Equador que está sem clube há três meses. Que os tiros acertem os alvos. Porque de dentro de casa não há muito mais do que se esperar. A essa altura, não basta dar volume ao elenco. É preciso qualificar o time titular.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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