Futebol

Opinião: Um novo Vasco nasce, sem tanta categoria, mas com muita vontade

Mais uma vez, o Fluminense protagonizou um bom jogo de futebol. Esqueçam um pouco os números, as assistências, as variáveis, transições e recomposições. Pense que no futebol também tem um lado que, negligenciado, tira dele o encanto, a magia e um sabor que nenhum "chef de cuisine" respeitado pelo Guia Michelin é capaz de apagar da história: o humano. Aqueles caras que vestem um uniforme, pelo qual nem sempre morrem de amores, assinam a súmula e, equivocadamente, muitas vezes são preservados têm papel fundamental na realização do que nem sempre é espetáculo. 

O que aconteceu na tarde deste sábado em São Januário, o mais charmoso estádio de clube da Série A do Campeonato Brasileiro, foi um bem redigido capítulo de que como o futebol é sempre um prazer. Fora os radicais que o olham apenas pela ótica dos números ou com alma de replicantes do "Blade Runner", o futebol é capaz de tirar dois jogadores do banco e transformá-los em protagonistas. O Fluminense, mais uma vez, não foi um desastre _ Abel e a Comissão Técnica precisam desenvolver um trabalho para que Diego Cavalieri recupere a confiança _, mas teve do outro lado um time que os vascaínos se desabituaram a ver. Uma equipe com alma. Não me peçam para descrever como é a alma, pois não tenho a menor ideia. 

Sei que hoje os jogadores do Vasco têm sentimento quando a bola rola. Não é clube que reveja conceitos e modelos, mas o time dá impressão contrária. O Milton Mendes é responsável. Claro que os analistas de resultados soarão trombetas e dirão que Nenê não pode ser reserva. É um clichê com o qual o futebol se habituou e a geração atual ou a futura não sabem como abrir mão. 

O Vasco mudou para melhor. Venceu o jogo por isso e não por aquilo ou aquilo outro. O que ele vai fazer no Campeonato Brasileiro será modesto em relação a história do clube. Mas a vitória deste sábado fará com que neste domingo os vascaínos do bacalhau e aqueles do hambúrguer se sintam mais orgulhosos de serem Vasco. E olha que há muito isso não acontecia.

Fonte: ge