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Opinião: "Romário x Eurico: caso exemplar"

Por Marcelo Damato

De tudo na vida se aprende um pouco. Mas de algumas situações se aprende muito
mais. Este sem dúvida é o caso da novela Romário x Eurico, que se arrasta desde
a demissão do Baixinho.

Quando Romário anunciou que estava saindo por não concordar com a
“interferência” de Eurico no time, o oceano das opiniões se repartiu “de lado”.

Para o lado maior, foram os aliados de Romário; para o outro, os de Eurico (pouquíssimos, comparados ao que tinha quando estava por cima).

E, de início, Romário ficou como vítima e, Eurico, como vilão. Mais do que depressa, o Flamengo entrou na história, como o malandro tentando seduzir a mocinha que rompeu com o namorado. Quando o Baixinho aceitou o flerte, o papel mudou: de vítima, tornouse esperto. O vilão virou otário.

Mas Eurico reagiu, primeiro cortando o suporte jurídico.

Depois, ameaçando derrubar a estátua, mas voltando atrás para não virar monstro outra vez.

Por fim, a carnificina verbal: para alvejar um, mandou bala em três. Contou o que todos suspeitavam. Mexe no time, interfere quando quer e os beneficiados de hoje poderão ser os prejudicados de amanhã.

A moral dessa história é que não tem moral. Não tem mocinho. Os personagens só tentam vestir essa roupa para arrancar suspiros dos bobinhos.

Mas cuidam apenas nos próprios interesses.

Muito se fala em lealdade, traição e ideais, mas isso é só despiste. Como sempre, essa é uma história de egoísmo, dinheiro e poder.

Fonte: Lance