Opinião: "Por um novo Campeonato Estadual"
A fórmula atual do Campeonato Estadual da 1a Divisão revela o fracasso absoluto de se ter tanto time na 1a Divisão. Times estes que não têm condições de enfrentar quatro grandes clubes do futebol brasileiro: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama.
Os quatro grandes se safam. Além de terem enormes torcidas, arrumaram estádios para mandar seus jogos. Apesar do Vasco da Gama ser o único dos grandes que têm estádio próprio (não dá para entender o Vasco não fazer os clássicos em São Januário), o Botafogo arrendou o Engenhão; e Flamengo e Fluminense decidiram dividir e mandar seus jogos no Maracanã. Assim, Gávea, Laranjeiras e General Severiano (ou Caio Martin), que poderiam até receber os jogos contra muitos dos pequenos, ficam de fora da festa.
América e Bangu, que muita gente ainda reconhece como grandes clubes, também se safam. Ambos têm alguma torcida (ainda) e têm boas estruturas para mandar seus jogos. Quando falo em boas estruturas, falo que têm bons estádios, com estacionamento, gramado, capacidade de receber público, vestiários e refletores decentes. Podem receber os grandes e fazer jogos noturnos.
No interior também há exceções. Americano, Friburguense e Volta Redonda atraem alguns torcedores locais para seus jogos. O estádio do Volta Redonda é de primeiro mundo, com excelente infra-estrutura. Americano e Friburguense jogam em arenas mais antigas, mas que podem ainda receber os grandes à noite. Claro que reformas e modernizações seriam bem-vindas mas falta verba.
E o que dizer dos outros sete participantes? Boavista, Duque de Caxias, Macaé, Madureira, Olaria, Resende e Tigres? Não dão nem para a saída. Sem torcida, sem estádios decentes, sem estrutura, sem sequer time profissional durante mais da metade do ano, eles pagam as contas do ano inteiro devido às cotas de tv e bilheterias dos jogos contra os quatro grandes do Estadual. Que mamata! São verdadeiros times de empresários e a maioria sonha em exportar jogadores. Preferem a venda ($) do que o título.
Para piorar, em 2011 teremos dois clubes da atual 2a Divisão substituindo dois destes pequenos. A Segundona tem 17 participantes. Destes, apenas Angra dos Reis, Cabofriense e Goytacaz têm torcida, estrutura para receber os grandes e refletores nos estádios. Mas a grande maioria tem condições precárias e chegam até a mandar jogos \"longe de casa\". Estes catorze são Artsul, Bonsucesso, Ceres, CFZ do Rio, Fênix, Itaperuna, Mesquita, Nova Iguaçu, Portuguesa, Profute, Quissamã, Sampaio Corrêa, São Cristóvão e Sendas.
O resultado da fórmula atual é o seguinte: na 1a Fase de cada turno, os times grandes batem os pequenos sem muita dificuldade. Os clássicos decidem apenas o 1o e o 2o lugares nos grupos. E a competição pega fogo mesmo nas Semi-Finais de cada turno. Os clássicos, novamente eles, salvam o campeonato e decidem os finalistas de cada turno e posteriormente da Final do Estadual. A briga contra o descenço é medíocre e poucos dão bola para ela.
Pior: o número de clubes do Estadual de 2011 não pode ser mudado, pois em 2010 ficou acertado que apenas dois clubes cairiam e dois subiriam. Ou seja, mudança mesmo, somente em 2012.
Mas podemos iniciar as mudanças em 2011, sendo a principal delas, o rebaixamento de quatro times, com apenas dois subindo da 2a Divisão, para que em 2012 tenhamos 14 clubes na elite. E em 2012, poderos ter novamente quatro caindo e apenas dois subindo, para que em 2013 voltemos aos 12 clubes. Já seria uma melhora significativa, apesar de que hoje acho que o número ideal de participantes seria entre 8 e 10 times na 1a Divisão.
Como poderia ser a 1a Divisão de 2011? A Taça Guanabara seria disputada pelos 16 times, que se enfrentariam em turno único. Após 15 rodadas teríamos o campeão da Guanabara, que seria também o primeiro finalista do Estadual. Apenas os 8 melhores disputariam a Taça Rio, enquanto que os 8 piores disputariam o Torneio da Morte. A Taça Rio seria disputada em 7 rodadas, com todos se enfrentando e apontaria seu campeão como o segundo finalista do Estadual. Já o Torneio da Morte poderia ser disputado em turno e returno e os 4 últimos seriam rebaixados.
Em 2012, a fórmula poderia ser repetida, só que a Taça Guanabara seria disputada por 14 times em 13 rodadas. A Taça Rio teria os mesmos 8 clubes e o Torneio da Morte teria apenas 6.
Assim, em 2013 voltaríamos aos 12 clubes e o excesso de gordura, aquele inchaço incômodo estará na 2a Divisão, que também precisa de um limite no número de participantes: 16 no máximo!
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