Opinião: O toque de bola
Não é um futebol jogado por craques e tampouco temos aqui grandes estrelas. Mas é conveniente observar alguns jogadores que por estas terras ganham o pão de cada dia. Há tempos, o Leandro Amaral, por exemplo, é um dos destaques do Vasco da Gama. Não vou defender a convocação do atacante para a Seleção Brasileira, embora a posição esteja em crise no país, mas convido o respeitável público a prestar mais atenção neste jogador que na maioria das vitórias do Vasco da Gama teve papel importante.
O que ele fez na partida contra o Náutico não surpreendeu. Ao longo desta temporada, o Leandro Amaral já teve destaque em outros jogos. Tanto faz vê-lo atuando pelos lados do campo, como também com aquele jeito de centroavante à moda antiga. Oferece opções para os que atuam no meio de campo e com isso, exatamente pela opção que dá, o Conca se sobressai. E aí está um caso muito interessante para se observar: vale a pena ter paciência com determinados jogadores, especialmente se ele mostra competência. É o caso do Conca.
Desde o dia em que desembarcou em São Januário, o Conca me chamou a atenção por ser um sujeito introspectivo. Não é comportamento aceitável no mundo de hoje. Querem pessoas expansivas e tem gente que toma até remédio para disfarçar a melancolia. O Conca quebra este comportamento. Sujeito que olha para o chão enquanto dá entrevistas, que fica tímido diante do assédio e só tem o talento _ vejam que usei o só _ para protegê-lo. Aconteceu o mesmo com o Valdívia. Diziam quase que as mesmas coisas que falaram do Conca e deu no que deu.
Se o Valdívia me chama atenção há algum tempo, o Conca passou a chamar agora pouco. Assim como o time do Santos. Pode parecer uma heresia, mas eu explico: quando saiu da Libertadores o Santos mergulhou em luto profundo. É pesada a decepção pelo adeus ao torneio mais importante do continente. Que o diga o Grêmio, ainda juntar os cacos daquela final contra o Boca Juniors.
Pois este Santos que ressurgiu dentro do Campeonato Brasileiro e caminha para entrar na corrida pela Libertadores e pelo título tem agora uma grata combinação. Reúne o Kleber, o Pedrinho e o Petkovic. Haverá quem ache exagero o elogio a este trio, mas o esclarecimento é mais do que necessário. Existe um futebol no meu imaginário, forjado nos tempos de garoto e solidificado na adoelscência, mas o de hoje também pode encantar, desde que você esteja receptivo ao encanto.
O Santos dos Pet e do Ped é para ser olhado com a devida atenção. No futebol praticado no Brasil, o jogador inteligente, não necessariamente habilidoso, faz a diferença. E o Santos conseguiu três.
Bom fim de semana para todos.
- SuperVasco