Futebol

Opinião: O medo de Milton Mendes

​Por Lucas Pedrosa

O Vasco entrou em campo na noite deste domingo (02) para enfrentar o Coritiba, na Vila Capanema, campo que o Coxa também não está acostumado a jogar por conta da manutenção da grama do Couto Pereira. O fator já seria um ponto importante para o Cruz-Maltino, e se tornou mais ainda depois do gol de Thalles, aos 20 minutos do primeiro tempo. 

Com o Vasco superior ao Coxa e tendo uma postura defensiva efetiva, as chances da primeira vitória acontecer se tornavam ainda maiores. Ainda no primeiro tempo, uma perda aconteceu: Douglas, por um lance bobo de retardo na cobrança da falta, levou o terceiro cartão amarelo e ficou suspenso para o clássico diante do Flamengo. 

O Cruz-Maltino voltou do intervalo com outra postura: a de se defender. Apequenou-se durante todo o segundo tempo, principalmente depois que Kleber aproveitou um lance confuso na área e empatou. Era a hora de crescer e dominar a partida novamente. Buscar a vitória que, claramente, era possível. Mas o medo tomou conta da equipe do Vasco. 

O medo de Milton Mendes, que colocou Wagner na vaga de Nenê - melhor jogador em campo no momento -, quando Pikachu e Vital faziam jogos muito abaixo do esperado, foi o primeiro reflexo. O camisa 10 estava pendurado e poderia perder o jogo contra o Flamengo. Mas um jogador do calibre, experiência e poder de decisão de Nenê não pode ser substituído por receio de levar um cartão. Em um lance ele decide o jogo. Mas não pôde. E pareceu ter saído chateado com a alteração.

Além do medo, a constante incoerência nas substituições apareceu novamente. Éder Luis, que não jogava desde a primeira rodada do Campeonato Carioca, no dia 29 de janeiro, entrou em campo para ser o 19º jogador diferente que Milton utilizou como suplente em 33 alterações possíveis. Nulo em campo, nada fez. Para completar, ainda com o 1 a 1 no placar, o zagueiro Rafael Marques entrou no lugar de Thalles, que havia feito o gol do Vasco e fazia boa partida. Clara postura de quem se contentava com o empate. 

O Vasco passou a jogar como as substituições que Milton Mendes fez: acovardado e sem efetividade. Resultado foi mais um gol de Kleber e a derrota parcial no placar. Para alívio, de Milton principalmente, Wagner conseguiu aproveitar o desvio de Paulão na área e empatar a partida aos 45 minutos do segundo tempo. Um ponto importante, é verdade. Que deixa o Vasco no G-6 momentaneamente. Mas que só não teve mais chances de serem três por receios e erros do treinador. 

Fonte: Esporte Interativo