Futebol

Opinião: "O futuro da Seleção passa por Philippe Coutinho"

Fim de outubro, início de novembro de 2007, não me lembro bem, lá estava eu, viajando por aí, afundado no tédio. Algo típico daquele sentimento que se tem quando se passa muito tempo longe de casa. Era hora de voltar, parecia. Mas, bom, não seria naquela noite que conseguiria. Me restava apenas gastar algumas horas em frente ao computador tentando encontrar algo interessante.

Talvez uma partida de futebol, pensei. Pois bem, achei. Naquele mesmo dia, rolava em Porto Alegre a abertura do Sul-Americano Sub-15. Nada de TV por lá. O negócio era assistir pela internet mesmo. Uma dessas emissoras do Sul transmitia o torneio.

A princípio, faltavam atrativos. Estádios pra lá de acanhados, jogadores desconhecidos, iluminação insatisfatória. Mas fazer o quê? Era o que tinha pra ver. Com uma conexão que oscilava mais que qualquer coisa, me pus à frente da telinha.

Brasil e Peru. Seleção de Jorge Silveira, ilustre desconhecido. Mas poderia ter sido também a Seleção de Neymar, deixado de fora. Acabou não sendo de nenhum dos dois. Foi a Seleção de Philippe Coutinho, jovem de 14, 15 anos que já encantava naquela época.

Belos gols, assistências e uma repertório de jogadas que impressionava. Inclusive a gente de fora com os espanhóis, que – qual a minha surpresa? – logo o passaram a chamar de “novo Messi”.

Não é nada disso. Coutinho tem outro estilo. Carrega a bola, tem a cadência que falta aos nossos meias. É o tal camisa 10 do qual tanto nos ressentimos. Um fenômeno, se assim podemos dizer.

Sem exagero, claro. Pode não ter futebol para tanto, mas uma trajetória nesse nível. Em três anos, deixou o Sub-15 e chegou ao profissional. É algo para poucos. Foi convocado por Mano de cara à Olimpíada. Não parece ser alguém para fincar agora seu lugar no time, mas é bom ficar de olho. Passa pelo ex-vascaíno o futuro da Seleção.

Fonte: ESPN Brasil