Política

Opinião: O eleitor tem que olhar quem tem passado condenável

Um dia depois de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro indeferir a candidatura à reeleição de quatro deputados federais envolvidos no escândalo dos Sanguessugas - Paulo Baltazar (PSB), Reinaldo Gripp (PL), Elaine Costa (PTB) e Fernando Gonçalves (PTB) - e do presidente do Vasco, Eurico Miranda, candidato a deputado federal pelo PP, o presidente do TRE, desembargador Roberto Wider, afirmou que o tribunal fluminense está cumprindo uma missão política. Em entrevista ao RJTV, Wider disse que o TRE está devolvendo a credibilidade dos eleitores nos políticos ao cassar o registro de quem, por diversos motivos, não tem condições de assumir um cargo público.

- Fazemos isso com fundamento em princípios constitucionais. Princípios esses que dizem respeito à moralidade pública e à vida pregressa dos candidatos, que são coisas que têm que ser apuradas previamente. Da mesma forma, como se diz que depois da casa arrombada não adianta botar fechaduras, nós temos que, antecipadamente, verificar a questão da vida pregressa dos candidatos. Vida pregressa é um fato intuitivo de apuração - afirmou.

Como a decisão cabe recurso, os candidatos podem manter suas campanhas até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se manifeste. O desembargador acredita que cabe ao partido decidir se o candidato deve continuar sua campanha. Do contrário, ele argumenta que a Justiça Eleitoral fez a sua parte e agora cabe ao eleitor punir os candidatos nas urnas.

- O eleitor é o mais forte de todos esses atores políticos. O eleitor tem mais força do que as CPIs políticas, mais força do que os tribunais de ética, mais força do que os tribunais eleitorais. Então, ele deve verificar quem tem o passado condenável, quem é melhor, quem já cumpriu alguma promessa que fez e nunca caminhar no sentido de se omitir. Eu acho que a omissão é o pior caminho, é o nada. Com o voto nulo, o eleitor só anula a própria vontade e mais nada - disse.

Fonte: O Globo