Futebol

Opinião: "O despertar vascaíno"

\"cadodo\"O Vasco jogou a vida, a paz, a auto-estima, a confiança, enfim, apostou tudo nos 90 minutos do clássico contra o Fluminense. Entrou em campo consciente de que uma vitória no clássico seria o medicamento preciso para livrar o time da depressão que o afundou após a perda da Taça Guanabara para o Botafogo e que teve seu clímax na degola de Vágner Mancini. O Vasco correu também por Gaúcho, o treinador-interino, pela recuperação de alguma credibilidade com o torcedor, e pelo direito de pôr um p0nto final na recente onda de fracassos. O Vasco lutou pela sua história.

O Fluminense entrou em campo numa situação muito mais cômoda. Classificado para as semifinais, com o treinador numa situação confortável, torcida razoavelmente satisfeita, tudo encaminhado na Copa do Brasil e, melhor do que tudo, certo de que enfrentaria um adversário em frangalhos e com a corda no pescoço. Sobrou confiança para um time que estava mal escalado. Sem Fred, Conca fica muito sobrecarregado como referência. André Lima não funciona. Allan ainda não resolve sozinho. Era jogo para Wellington Silva. E onde ele estava? No banco.

\"diguinho\"E, no Vasco, Gaúcho conseguiu pôr quase tudo o que o elenco tem de melhor em campo. Só faltavam Carlos Alberto, mas Jefferson se machucou logo no início e permitiu sua entrada, e Ramon, de volta ao clube, mas ainda não ao time. A defesa não tem muito jeito. Continua fraca. Mas o meio de campo foi bem escalado, com Nilton, na proteção, Rafael Carioca e Souza ajudando na marcação e saindo para o combate, e Carlos Alberto, motivado, fazendo a ligação com Elton e Phillippe Coutinho, que, diferentemente de Wellington Silva, estava em campo.

Jogo movimentado e equilibrado no primeiro tempo. No segundo, o Vasco adiantou a marcação, impôs velocidade, fez 1 a 0, com Thiago Martinelli e deu uma recuada estratégtica. Permitiu o esboço de uma reação tricolor, enquanto tentava matar a partida nos contra-ataques. Allan e Conca perderam chances reais. Aí veio a expulsão tosca de Leandro Euzébio. Matou o Fluminense. Que foi derrubado de vez com a arrancada de Dodô e o segundo gol. No fim, Fagner ainda fez 3 a 0.

Placar exagerado. Não houve essa diferença toda no clássico. O Vasco, de fato, jogou bem. Como já havia feito contra o Fla, mas esbarrou nos pênaltis perdidos por Dodô. Hoje, a sorte foi parceira. E os tricolores contribuíram, dentro e fora de campo. Se a depressão vascaína acabou, o tempo dirá. Ainda me parece exagerada a idéia de efetivar Gaúcho. E o mesmo tempo também poderá responder se o Fluminense saberá se erguer rápido após esse tombo que, sejamos razoáveis, para ele não representará mais do que ferimentos leves.

Em tempo: pouco mais de 13 mil pagantes. Onde foi parar o charme do Campeonato Carioca? Sintomático. O momento dos Estaduais é de absoluta depressão. E estamos às portas das finais.

Fonte: Blog de Lédio Carmona