Opinião: O aniversário do Vasco e a Lei Pelé
Hoje é dia de uma das maiores torcidas do futebol brasileiro amanhecer e gritar com todo o orgulho: Casaca! para saudar mais um ano de vida do grande Club de Regatas Vasco da Gama que completa 108 anos de conquistas e vitórias. Vitórias que não só engrandecem a história do clube, mas o futebol carioca, brasileiro e mundial, pois desde que o Vasco apareceu para disputar o campeonato carioca, em 1923, o fez para vencer, com times que foram fazendo história, conquistando a cada ano uma legião de apaixonados torcedores.
A partir desse ano histórico - o Vasco foi campeão, derrubando os que já dominavam o cenário do futebol do Rio de Janeiro, América, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Bangu, São Cristóvão, todos mais antigos -, o clube, nascido nas águas da Baía de Guanabara, disputando o esporte mais popular do começo do século passado, o Remo, deu o seu primeiro recado: nasceu para ser vencedor, campeão, líder. Dentro e fora dos campos.
E nesse aniversário o Vasco mostra outra vez essa sua vocação: inaugura um novo Centro de Treinamento, pelo qual luta há 32 anos, onde certamente formará futuros craques, que vão brilhar não só com sua camisa, mas também de outros clubes, mundo afora. Uma jóia a mais numa coroa que já conta com um belo e tradicional estádio, um patrimônio sócio-esportivo invejável.
Meus leitores sabem que não sou torcedor do Vasco, mas por isso mesmo, sinto-me ainda mais à vontade para reconhecer que o clube dá um ótimo exemplo de uma diretriz administrativa que merece e pode servir de parâmetro para os outros, a começar pelo meu Botafogo: voltada prioritariamente para o investimento em tudo o que é o seu patrimônio, mobiliário e humano. Ou seja, vai se modernizando, sem para isso ter de sacrificar ou mudar o rumo de sua centenária história.
Mas fora do campo, o Vasco também levanta uma bandeira que não é só sua, mas a de todos os clubes, grandes, médios ou pequenos: mudar radicalmente a Lei Pelé. A lei que, sob o justo lema de defender, regulamentar e até aumentar os direitos dos jogadores, \"libertá-los\" dos clubes, na verdade, apenas está substituindo o \"dono\": os jogadores saem das mãos dos clubes para as dos empresários. Alguns, diga-se, bem qualificados, bem intencionados, mas outros... E isso não só aqui no Brasil, mas no resto do mundo.
Não se trata de abraçar nenhuma causa reacionária, pretender que a roda da história retroceda aos tempos da escravidão, dos cartolas donos de tudo e de todos, mas, sim, de mudar uma lei nefasta a todo o futebol, por outra que divida, democraticamente, os gastos do investimento nas categorias de base, na formação dos atletas e o lucro na hora das transferências, principalmente as internacionais.
Pois, a continuar como está na lei Pelé, os clubes não conseguirão mais concorrer com essa cada vez mais poderosa casta de empresários. E, com o enfraquecimento e empobrecimento progressivo dos clubes, quem perderá tudo serão os próprios jogadores e por fim o futebol brasileiro, ainda o maior celeiro de craques do planeta.
O Vasco porém tem mais o que festejar. O time foi até a Vila Belmiro e saiu com uma excelente vitória por 2 a 0 contra o Santos, dando um salto na tabela e agora já é um candidato real a uma das vagas na Libertadores e, se conseguir melhorar o potencial ofensivo, a sonhar até em encostar nos líderes.
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