Futebol

Opinião: "Não pode haver vitória maior"

Foi no dia 28 de agosto. A ambulância que saiu do Engenhão cortou sem pena o domingo da gente, fazendo sangrar um clássico que perdia o sentido, tão insignificante diante do drama maior. Começava ali a luta pela vida, um capítulo inesquecível para essa nossa geração que há de contar um dia para quem vier ao mundo com atraso: \"Um dia, um treinador de futebol teve um treco durante um Flamengo x Vasco e quase morreu\".

Quase. A vitória veio bravamente depois de 21 dias de internação, boa parte numa UTI, miúdo no meio da parafernália que manda o oxigênio garganta adentro, que monitora o coração, que regula a pressão, que ventila, que aquece, que injeta, que expurga, que extrai, que, enfim, mantém acesa a chama da vida.

Pouco a pouco, foram vindo a luz do dia, a fisioterapia, as muletas, o pé no chão, o sorriso, a primeira palavra, a segunda, a terceira, a frase, o telefone, o passeio de carro, a visita aos amigos, a esperança.

À imagem e semelhança de seu comandante, o Vasco está vivo e luta - agora, já no fim de um caminho que, por graça do destino, manda-o de volta para o início de tudo: contra o Flamengo, no Engenhão, de onde a ambulância saiu no dia 28 de agosto. Coincidência? É. Pode ser.

Uma história de superação arrepia. Não pode haver vitória maior.

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