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Opinião: "Não é hora de desespero - ainda há muito o que ser jogado"

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Vasco x Botafogo

O Botafogo mostrou a força de seu elenco no clássico desta quarta-feira, no Engenhão e arrancou um empate em 2 a 2 no último de uma partida em que chegou a estar perdendo para o Vasco por 2 a 0.

Jogo de emoção e catimba que explicou com alguma nitidez porque um time luta por uma vaga na Libertadores, alimentando o sonho do título, e o outro patina no meio tabela _ embora se equivalham.

O elenco alvinegro, mais farto em sua variação de estilos, tem sido determinante para que Joel Santana possa driblar os percalços de um campeonato tão equilibrado quanto difícil.

Mesmo sem Jóbson, Marcelo Mattos e Marcelo Cordeiro, que seguem machucados;

Mesmo sem Antônio Carlos e Maicosuel, que se contundiram no primeiro tempo;

E mesmo sem Herrera, expulso no início do segundo tempo, o Botafogo soube se manter de pé.

Com um grupo de jogadores homogeneamente mais bem trabalhado, o time que esteve para ser goleado na primeira metade do clássico conseguiu se ajeitar em campo e arrancar o empate com um gol de pênalti.

Resultado típico de um time que sabe de seu potencial e está focado no objetivo de levar o clube a uma Copa Libertadores, fato que não ocorre há 14 anos.

O time não vence há três jogos, mas o ponto fora da curva não esteve em nenhum dos dois empates colhidos contra Cruzeiro e Vasco, mas a goleada sofrida para o Goiás, em Goiânia.

Resta ver, com a penca de jogadores suspensos e machucados, que formação Joel poderá levar a campo para enfrentar o Atlético-PR na próxima rodada...

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E o que dizer do Vasco, que já não vence há cinco jogos, embora tenha feito ótimas atuações no primeiro tempo de todas estas partidas?

Neste clássico, porém, a queda no nível de atuação do time teve uma explicação: as infelizes substituições do técnico Paulo César Gusmão, já incomodado com as oportunidades de gols desperdiçadas.

Ao desfazer no intervalo a formação com a qual havia feito as três últimas partidas, trocando Rafael Coelho por Carlos Alberto, o técnico vascaíno mudou a rotação do time, cedendo espaços para o adversário.

Rafael Coelho, apesar das chances desperdiçadas, dificultava a subida dos alvinegros e com a entrada de Carlos Alberto no meio, Zé Roberto passou a jogar mais avançado, mas sem a pegada necessária.

Aos 20m, Felipe entrou no lugar de Zé Roberto, com Carlos Alberto passando a jogar adiantado, mas ainda sem o devido acompanhamento dos zagueiros e meias do Botafogo.

Quando tentou corrigir o problema, aos 34m, colocando Nunes no lugar de um exausto Éder Luís, o time já tinha um perfil desfigurado _ já cansado de desperdiçar oportunidades por pura precipitação.

Se estava confuso, embora vencesse, pior ficou quando, aos 40m, perdeu Ramon (machucado) e já não podia mais fazer alterações _ o gol de empate do Botafogo era mesmo questão de tempo.

Acontece.

O Vasco tem uma equipe jovem, com média de idade que deve girar na faixa dos 23 anos, e com problemas estruturais que atrapalharam na formatação do time.

Não é hora de desespero _ ainda há muito o que ser jogado.

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