Futebol

Opinião: Machos? Duvi-d-o-do (Chega de violência!)

SERGIO CABRAL
sergiocabral@lancenet.com.br

Peço licença aos torcedores para entrar na turma do deixa-disso, pois fiquei muito preocupado com a brigalhada que ocorre antes e depois de todo jogo Vasco x Flamengo.

Por quê? Sendo hoje dia de eleição, um dia, portanto, de opções, que tal decidir parar de vez com essa idiotice, que só serve para manchar os nomes respeitáveis do Vasco e do Flamengo? Por que as pessoas brigam e acabam provocando ferimentos graves e até mortes de jovens? Para provar o quê? Torcedor de futebol é para torcer, não é para sair por aí se espancando e se matando sem uma razão sequer. Estou muito preocupado, porque a tendência, pelo jeito, é de piorar as coisas.

Já consultei até conhecedores da psicologia das multidões, e o diagnóstico que mais me sensibilizou foi o de quemultidão é bem diferente de povo, sempre digno de afeto e de solidariedade. Multidão, não. Multidão é um instrumento que serve de esconderijo para os covardes. É o que permite, por exemplo, haver linchamento ou levar os canalhas a chamarem de \"piranhas\" as moças que caminham nas arquibancadas. Já vi um menino de 12, 13 anos de idade ser espancado na arquibancada porque entrou com a camisa do seu clube no local em que estava a torcida adversária. Há também os que acham que os \"valentes\" que se aproveitam da multidão para brigar são homossexuais enrustidos (quem não é enrustido não faz essas coisas), além dos fracassados em sua vida sexual, para viverem seus momentos de machos. Essa explicação tem a ver, por exemplo, com a canalha nazista do tempo de Hitler, toda ela em crise com a sua sexualidade.

Não sei o que os clubes podem fazer para evitar as brigas, mas gostaria de ouvir ou ler afirmações peremptórias dos cartolas reprovando o comportamento dos brigões, mesmo que estes sejam torcedores dos seus clubes. Quer brigar? É só aprender a lutar o vale-tudo, que,muitas vezes, rende dinheiro e viagem ao exterior. Poucas coisas são tão tristes quanto camisa de clube manchada de sangue.


TRÊS TOQUES

Mudança

Se o Vasco jogasse desde o início do Brasileirão com a garra, a aplicação tática e a técnica que demonstrou no jogo contra o Goiás, estaria lutando não para sair da zona do rebaixamento, mas pelos primeiros lugares da competição. Desde a eleição de Roberto Dinamite para a presidência do clube, nada me deixou tão feliz este vascaíno quanto o jogo de quarta-feira.

Nesta semana, os santos do meu altar têm os nomes de Edmundo, Alex Teixeira, Mateus e Madson. Mas o altar está aberto para o time inteiro.

Fonte: Lance!