Futebol

Opinião: Lógica nem sempre se confirma no futebol

Se o futebol é uma paixão para milhões de pessoas no mundo como é, muito disso se dá pela sua imprevisibilidade. Poucas modalidades no mundo são tão sujeitas ao imponderável quando o valoroso esporte bretão, dando chance aos seus fãs de assistirem jogos em que resultados inesperados acontecem com certa facilidade.

Infelizmente – e indo contra a secular e vitoriosa história do Club de Regatas Vasco da Gama – todos os prognósticos para a decisão das quartas de final da Copa do Brasil entre nós e o Goiás tendem a apontar nosso adversário como favorito. E não há muito como discordar desse ponto de vista: se esse mesmo Goiás conseguiu vencer nossos titulares com relativa facilidade há exatos sete dias, como apostar que jogando com seus reservas vamos conseguir sorte melhor?

Não é pra deprimir ninguém, mas analisemos o Vasco que vai a campo hoje: teremos jogadores fora de atividade há meses, ex-titulares em baixa com o técnico, garotos com potencial (mas que ainda não mostraram muita coisa) e contratados que nunca tiveram muitas chances. Para se ter uma ideia, o solitário titular que começará a partida é o Juninho, o único titular do mundo que inicia os jogos no banco. Se formos avaliar a questão sob a luz da lógica, é difícil não imaginarmos um cenário sombrio.

Mas como eu disse lá no começo, a lógica não faz diferença no futebol.

E já que a lógica não conta, o Vasco pode muito bem ter uma noite de Vasco e virar o 2 a 1 do Serra Dourada. Alessandro será uma parede, Luan vai mostrar que pode formar uma boa dupla com Jomar, Sandro Silva e Fellipe Soutto serão os cães de guarda que darão liberdade para Fagner e Yotún apoiarem bastante, Jhon Clay mostrará o futebol que o fez se destacar nos juniores e Reginaldo mostrará o quanto Dorival estava enganado em não aproveitá-lo, fazendo boas assistências para o Talles, que garantirá já hoje sua vaga como titular do ataque. Do Juninho, não precisamos falar: contra o Botafogo ele já mostrou que pode voltar a ser um jogador decisivo e fará boas jogadas, dará bons passes e cobrará faltas sempre com perigo.

Renato Silva…bom, não vamos abusar da Dona Imprevisibilidade.

Mesmo que toda essa esperança seja exagerada, não podemos deixar de acreditar. A torcida deve comparecer em bom número na Arena Maracanã, que mesmo não sendo mais aquele estádio com que todos nos acostumamos, fica no mesmo endereço de tantas conquistas épicas do Vasco. O Goiás é um bom time, mas está longe de ser imbatível. Sabendo se impor e jogando com atenção redobrada para evitarmos os vacilos de sempre, podemos conquistar a vaga sem maiores problemas. 1 a 0 é nosso e esse resultado é completamente possível.

E a participação do imprevisível não precisa – e nem deveria – ser o fator decisivo para isso.

Fonte: ge