Opinião: Força para Pablo
Há muito tempo o Vasco não apresentava um lateral-esquerdo com tanta personalidade quanto o garoto Pablo. Jogou bem, partiu para cima, marcou... Fez o que pôde. Jamais se omitiu. E aceitou ser o último cobrador do time na decisão por pênaltis. Na cobrança, ele bateu bem. Tirou a bola do alcance de Fernando Henrique, que foi para o outro lado. E a dita cuja, sórdida, tocou no pé da trave e ainda voltou no corpo do goleiro do Fluminense. Depois, Gabriel cobrou, converteu e deu a vitória ao Fluminense nas penalidades (5 x 4), após empate de 1 a 1 no tempo normal (gols de Jean e Thiago Silva, ambos no segundo tempo). O Fluminense está na final da Taça Rio e agora espera o vencedor do confronto de amanhã, entre Botafogo e Flamengo. E o Vasco, que teve uma boa atuação e equilibrou o clássico contra os tricolores, está eliminado e agora passa a pensar apenas na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, com início previsto para 11 de maio - foi a terceira derrota do time em disputa de pênalti nos últimos dois Estaduais.
Clássico muito bem disputado. O Fluminense teve mais posse de bola, mas alguns jogadores-chave não apareceram tão bem, como Thiago Neves, que até bateu mal o pênalti, Washington, longe de estar 100%, e o próprio Arouca já teve dias melhores. Bem mesmo Junior Cesar, Cícero, Conca e Thiago Silva, um monstro de zagueiro, atualmente o melhor da posição em atividade no Brasil.
No Vasco apareceram bem Morais, grande passe para Edmundo no lance do gol de Jean, o goleiro Tiago, o lateral Pablo e o bom zagueiro Eduardo. E mais destacável ainda foi o espírito coletivo do time, a boa marcação, apesar da costumeira falta de noção de posicionamento de Jonílson, e a personalidade de encarar um time forte e que tem mais qualidade do que o Vasco. O time ainda saiu na frente com o gol de Jean, mas não esperava sofrer o empate tão rápido com Thiago Silva, dois minutos depois.
Enfim, jogo equilibrado, que teve o resultado justo e ficou para ser decidido nos pênaltis. Das nove cobranças, só uma não entrou: a do garoto Pablo. Que ele siga com a cabeça levantada e lembre que são coisas do futebol. Em 1977, Tita perdeu um pênalti para o Flamengo na decisão contra o Vasco. E, anos depois, foi herói rubro-negro e vascaíno em duas decisões de Estaduais.
Força, Pablo. Paciência, vascaínos. E parabéns ao Fluminense, que, sem ser brilhante, conseguiu chegar. Grande semifinal. Amanhã tem mais. Em tempo: 47 mil pagantes no Maracanã. Prova de que o torcedor gosta de jogo que vale. Treino, só de graça.
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