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Opinião: "Foi sofrido, mas o Vasco mereceu"

Em alguns momentos, o Vasco teve ótima atuação. Volantes avançados, marcação dentro do campo do Olaria, domínio absoluto e apenas um senão: poucos chutes a gol. Em outros momentos, o Vasco teve uma atuação preocupante. Marcação frouxa, pouca movimentação na frente e incômodo com pressão, mesmo sem muita consistência, do Olaria.

O que permitiu a vitória final de 1 a 0, gol de Eder Luis, foi que os bons momentos acabaram sendo mais efetivos do que os instantes de turbulência. O Vasco oscilou demais na primeira semifinal da Taça Rio, no Engenhão, diante de quase 30 mil torcedores. Mas, na soma dos dois tempos, teve mais altos do que baixos. E, por isso, atingiu sua meta. Sete anos depois, o Vasco está de volta à final da Taça Rio. E, no domingo da Páscoa, aguardará de camarote pelo adversário na decisão: Flamengo ou Fluminense.

Em nenhum momento, o jogo foi tranquilo. O Olaria tem um time atrevido, bem montado e com bons jogadores na frente, como o excelente Felipe, o rápido Waldir e o nem tão inspirado Renan Silva. Assim mesmo, o Vasco se impôs nos primeiros 25 minutos. Jogava no campo do adversário, impedia contra-ataques, mas tinha pouco poder de fogo. Felipe e Felipe Bastos comandavam o meio de campo. E, quando o Olaria crescia, na primeira oscilação dos vascaínos, Thiago Eleutério errou uma saída de bola e jogou a bola nos pés de Felipe Bastos, na linha do meio de campo. O lançamento, de primeiro e em linha reta, foi perfeito para a arrancada de Eder Luis. Drible no goleiro e estava registrado o único gol da partida. 38 minutos do primeiro tempo. Dois minutos antes, Felipe, o do Olaria, acertará um canudo no travessão de Fernando Prass.

Segundo tempo. O Vasco voltou muito bem. E fartou-se de mandar no jogo e perder gols até à altura dos 20 minutos. Depois, caiu de novo. Eder Luis saiu e a velocidade sumiu. Bernardo entrou instável. Sofreu pênalti e preferiu bater como tiro de meta: travessão. E, no fim, nova oscilação, pressão artificial do Olaria e apito final.

Foi sofrido, mas o Vasco mereceu. O importante era vencer, ir à final e não frustrar o torcedor. Se ficasse pelo caminho, o time andaria três casas para trás. Ganhou, manteve a invencibilidade de 11 jogos e a confiança da arquibancada. Nunca um 1 a 0 magro sobre o Olaria foi tão importante. Marcou muito mais do três pontos ou passaporte para uma final de turno. Confirmou um pacto de respeito e reciprocidade com quem paga ingresso e acredita na equipe de Ricardo Gomes. Basicamente, o gol de Eder Luis foi o mais importante do Vasco até agora em 2011.

Fonte: Blog de Lédio Carmona