Futebol

Opinião: "Eu-Rico, o capitão gancho e profeta vascaíno"

Botafoguenses, tricolores e rubro-negros podem tirar o cavalinho da chuva, trocar o Maracanã e/ou Engenhão por uma caminhada pela orla poluída e guardar os trocados para ludopédios mais interessantes. A Taça Rio e o título estadual já têm dono. Os canecos vão repousar solenemente no porto de São Januário, mais precisamente na nau vascaína do capitão gancho Eu-rico Miranda.

O dadivoso cartola decretou o fim das emoções no Campeonato Carioca depois da chinelada que tomou do Fluminense - 2 a 1, como bem disse o técnico Renato Gaúcho, foi pouco. No melhor estilo capo de todos os capos, ele amordaçou jogadores e comissão técnica, postou-se à frente dos microfones e, como o eterno bufão que se apoderou de um clube de tantas tradições, vociferou: "Não vamos perder mais. A Taça Rio e o Campeonato Carioca serão do Vasco."

Palavras que certamente não mereceriam nenhum crédito, principalmente levando-se em conta o mequetrefe time vascaíno, comandado por dois ex-jogadores em atividade, Edmundo e Beto. Uma equipe incapaz de acertar três passes seguidos por absoluta falta de competência. E que, além do Fluminense, também levou chumbo de Botafogo e Flamengo.

Mas (e sempre tem um mas em qualquer história) os inimigos devem ficar espertos. Quem gosta de dormir de toca é boneca. Os bastidores do planeta bola são sempre um prato cheio e apetitoso aos que costumam realizar grandes jogadas fora das quatro linhas. Por uma daquelas incríveis coincidências da vida, o Vasco já saboreou nada mais nada menos do que 14 pênaltis. É o campeão da marca de cal. Mais um pouco, entrará para o livro dos recordes. E com um passado tão glorioso, não se deve menosprezar a profecia do poderoso chefão. Foi-se o tempo em que o futebol se definia apenas dentro de campo.

Fonte: Colunista da ESPN Brasil - José Roberto Malia