Futebol

Opinião: Decepção vascaína.

Não sou dos que acham que o Vasco terminou o ano “de cabeça erguida”, apesar de ter sido um dos que previram no início do torneio uma campanha bem pior para a equipe. Acho, porém, que a equipe decepcionou na reta final, e explico: o Vasco não perdeu a vaga para um clube mais estruturado, mais rico, um elenco com melhores jogadores. Um Cruzeiro, por exemplo, ou até mesmo um Corinthians (que, até esse ano, era rico). Perdeu para um Paraná Clube em cujo elenco não há nem ao menos um jogador que tenha seu nome lembrado pelo torcedor menos fanático. E que não tam 1/10 da “camisa” do Vasco da Gama.

Não dá para comparar, por exemplo, o “cartaz” do setor ofensivo do Vasco com o do Paraná. Leandro Amaral não joga bem há tempos, mas já foi atleta até da Fiorentina. Jean não sabe fazer gols, mas foi queridinho da torcida do Flamengo, e também teve sua oportunidade fora do Brasil. No meio-campo. o Vasco teve Andrade, cotado para muitas seleções do campeonato, Morais, cotado para ir para a Europa em breve, e Ramón, que passou da hora mas é um excelente jogador. Isso sem falar em Edílson, que, no primeiro semestre, teve sua importância.

Quando ganham esses caras em comparação com Sandro, Maicosuel e Cristiano, do Paraná? Uma outra questão: jogasse no Vasco, Maicosuel já não teria sido convocado pelo Dunga?

É importante ressaltar o feito do Paraná Clube, que, ao contrário do ano passado, não jogou com cabeça de perdedor. Acreditou em todo momento em sua capacidade de conseguir a vaga, e soube superar as muitas fases de baixa que sempre acontecem com um elenco pouco testado para chegar a seu objetivo. Não dá para ignorar, porém, que o Vasco facilitou. Nas quatro últimas rodadas, ganhou uma só, e empatou três, sendo que jogou duas vezes em casa. Se o empate contra o Santos pode ser considerado normal, o mesmo não se pode dizer do 1 a 1 contra o Juventude. Dois pontos perdidos que colocariam o Vasco na Libertadores.

O Paraná superou as expectativas, merece todos os elogios. Não devemos, porém, populisticamente, dizer que os cruzmaltinos “superaram as expectativas”. Ficar atrás do Paraná Clube não é superar expectativa de ninguém.

De novo os técnicos

Quase todo mundo tem feito muitos elogios a Renato Gaúcho pela campanha no Brasileiro, e é bem provável que ele os mereça. Apesar do que vai escrito acima, sua equipe rendeu mais do que se esperava, e ele tem o mérito de, no mínimo, ter conseguido lidar com a truculência e a demagogia de Eurico Miranda para manter o time nos trilhos. Não podemos esquecer, porém, que minutos após a derrota na final da Copa do Brasil, Renato chegou a anunciar o afastamento de alguns jogadores, e teve que engolir Eurico o censurando publicamente. Ou seja, há elementos no Vasco, e em sua carreira anterior como técnico, para imaginar que Renato gaúcho não teve tanta importância assim na campanha vascaína.

Um dia após o fim do Brasileiro, surgem notícias na imprensa de que o técnico do Vasco interessaria ao Cruzeiro. Posso estar enganado, mas me parece evidente que Paulo Autuori sái do Japão já acertado com o clube mineiro. Já passou por lá, foi campeão, é um técnico considerado “top” e está mais acostumado a desenvolver trabalhos de médio prazo, como os que o Cruzeiro finge desenvolver. Por que, então, surge essa notícia do interesse em Renato Gaúcho? A não ser que ele deixe o Vasco, nada vai me convencer de que não é notícia plantada. Por Renato, para se valorizar no Vasco, ou pelo Cruzeiro, para se vlaorixar diante de Autuori? Difícil dizer.

Como também é difícil dizer o que a direção do Cruzeiro, depois de desmontar o time mais de uma vez, esperava que Oswaldo de Oliveira fizesse no clube. De novo, vou ficar sem saber se Oliveira é incompetente ou se é só honesto, o que faz com que ninguém o deixe terminar os trabalhos eu começou.

Fonte: Colunista - Caio Maio - Trivela